A segunda-feira (27) começou com a chuva caindo e a água voltando a subir e ameaçar os moradores de Canoas que já haviam voltado para casa em vias que estavam secas no sábado (25) e domingo (26).
No bairro Rio Branco, houve até a movimentação de barqueiros no início da manhã desta segunda-feira auxiliando moradores que estavam precisando chegar em casa.
Morador antigo do bairro, o autônomo Antônio Martins precisou colocar o barco na água para chegar na casa que permanece inundada há mais de três semanas. No trajeto, auxiliou uma moradora que também precisava de ajuda.
“Moro em uma parte do Rio Branco onde a água nunca baixou”, explica. “Se eu quiser chegar em casa, só de barco, porque apesar do que dizem, a água continua toda lá parada”.
Marli Nascimento precisava chegar em casa para conseguir um documento que comprovasse o endereço em que vive e, dessa maneira, encaminhar auxílio financeiro necessário para tentar se manter.
“Tenho que chegar em casa, mas a água não baixou e só consigo chegar de barco”, disse. “Sem barco, não chego lá e continuo sem conseguir a conta da luz para dizer que moro mesmo no Rio Branco”.
O aposentado Delmar Rosa deixou a casa em Taquara para voltar a Canoas após receber uma fotografia no domingo com a rua seca, contudo achou a área em que vive inundada na manhã desta segunda.
“Eu não sei o que faço, porque eu voltei para ficar em casa, mas cheguei e está tudo cheio d’água de novo”, lamentou. “É brabo a situação, porque eu já estou há dias morando de favor”.
Preocupação
A realidade é preocupante também para os moradores do vizinho bairro Fátima, onde a água sobe a ponto de ameaçar os moradores que já haviam voltado para casa na semana passada.
Marilda Corrêa está apavorada, já que após passar o sábado e domingo livrando a casa de entulhos, observa a água subir a calçada e ameaçar inundar completamente a residência.
“Não dá para acreditar que vou ter que passar por tudo mais uma vez”, desabafa. “A gente voltou na última sexta-feira e começou a limpar, mas se continuar assim, vamos ter que fugir de novo”.
Sem alerta
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Canoas, cuja assessoria informou não haver ainda um alerta para que os moradores do Fátima deixem suas casas devido à água que sobe.
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