Com o objetivo de envolver a comunidade, ocorreu nesta quinta-feira (18), uma aula teórica e prática para incentivar o cultivo de hortaliças em Canoas. O curso começou na quarta-feira (17) e foi promovido pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação (SMDETI) em parceria com a Emater/RS.
Quem montava os canteiros para que os alunos pudessem começar a praticar, era o Gestor Técnico do Centro de Capacitação e Produção da Economia Solidária (CCPES), Francisco Rocha. “O que eu gosto mesmo é pôr a mão na massa.” A cidade atualmente conta com três hortas comunitárias e o plantio no Mathias Velho deve manter essa lógica. “É isso que queremos. Incentivar as pessoas a plantar para a própria subsistência.”
Orgânicos
Além da subsistência, o curso está sendo importante devido ao consumo de alimentos orgânicos, sem adição de produtos químicos. “Isso garante a segurança e autonomia alimentar. Os alimentos ficam mais nutritivos, o sal pode ser consumido em porções menores. O incentivo acaba se tornando uma política pública de saúde”, explica Caroline Lima, que trabalha com Horticultura Básica na Emater.
As hortaliças utilizadas no Mathias Velho são as específicas do inverno. “Usamos o modelo de horta horizontal com mudas de couve, couve-flor, brócolis, beterraba e também aquelas que são cultivadas durante o ano inteiro: alface, salsinha e cebolinha.”
Para que ao chegar em casa, os alunos pudessem fazer tudo corretamente, Caroline mostrava com detalhes inclusive o espaçamento entre as mudas. “Canoas conta com muitas áreas residenciais com pátio. Então existe espaço para plantar e ensinamos como as pessoas podem utilizar melhor.”
Os melhores horários para regar as hortaliças também foram repassados. “Sempre que plantamos, regamos na sequência. No entanto, os melhores momentos são no início da manhã e final da tarde.” Há também o período, a couve por exemplo, leva cerca de 100 dias para brotar.
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O exemplo que veio da casa da avó
A adolescente Hevelyn Vitória, 16 anos, é aluna do 2.º ano do Ensino Médio no Instituto Federal. Ela conta que entrou no projeto com o objetivo de mexer na terra. “Gosto de colocar a mão na massa.”
O interesse em hortas surgiu por incentivo da avó. “A minha vó tinha uma horta em casa e sempre gostei de ajudar.” Os principais ensinamentos do curso de hortaliças para Hevelyn foram a parte do cultivo das mudas e “de como não deixar que os insetos cheguem nas plantas”, completou a jovem.
Sonho antigo de Francisco
Francisco afirma que utilizar a área nos fundos da CCPES para uma horta comunitária era um sonho antigo. “Desde que cheguei queria utilizar esse espaço. Muitas pessoas circulam por aqui.”
Além da horta, o espaço conta com cursos capacitantes de alimentação, artesanato e costura.
Alunos do 5.º ano da Escola Estadual Tereza Francescutti também foram convidados e participaram da atividade. O CCPES fica na Avenida Rio Grande do Sul, 3462.