Rodrigo Pimentel, mais conhecido como Capitão Pimentel, é um ex-oficial da Polícia Militar do Rio de Janeiro que ganhou fama ao escrever o livro “A Elite da Tropa”, base para o sucesso do cinema “Tropa de Elite”.
O ex-capitão do Bope ganha a vida ensinando sobre segurança pública Brasil afora. Eis que, durante uma entrevista, concedida na semana passada, ele citou a cidade de Canoas como sendo mais violenta que o Rio de Janeiro.
Pimentel dizia que é preciso “resgatar” a Cidade Maravilhosa das mãos de criminosos e que a violência da capital carioca já se alastrou por outras cidades do País, como Salvador e Porto Alegre.
“Em Canoas, chegamos a 50 mortes para cada 100 mil habitantes, isso ali no entorno de Porto Alegre”, aponta. “Muito mais violenta que o Rio”, dispara. “Hoje esse número caiu, mas em 2018, era muito mais perigoso”.
O dado apontado por Pimentel se baseia no índice medido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para classificar uma cidade como segura ou não dentro do contexto de crimes contra a vida.
A ONU considera “segura” uma cidade com até dez assassinatos para cada 100 mil habitantes, por considerar “aceitável” esse número. A conta de Pimentel, no entanto, não é exata.
Em 2018, Canoas quase atingiu a marca de 40 mortes a cada 100 mil habitantes e, antes disso, em 2017, considerado o ano mais violento da história da cidade, chegou próximo aos 50 assassinatos por 100 mil habitantes. Chegou a 44,6 mortes, conforme apontamento do Estado.
A redução mencionada pelo ex-capitão do Bope começou em 2019, quando a integração entre as polícias e um trabalho mirando o enfraquecimento de facções criminosas começou a apresentar resultados.
A poucos dias do final do ano, Canoas apresenta um índice de 75 homicídios em 2023, número que representa quase a metade dos 134 assassinatos cometidos ao longo de 2017, segundo dados da Secretaria Estadual de Segurança.
A reportagem tentou contato com o delegado Arthur Hermes Reguse, que responde pela Homicídios de Canoas, para comentar o assunto, porém os delegados voltaram a silenciar em manifestação contra o Estado por reajuste salarial. Também contatado, Rodrigo Pimentel não retornou a ligação até o fechamento desta matéria.
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