As filas que se formam em frente às lavanderias de Canoas já viraram rotina. Com a falta de fornecimento de água e os dias de chuva, o serviço se tornou a alternativa para quem precisa lavar e secar roupas. Como muitas famílias se abrigam nas casas de parentes e amigos após a enchente, mesmo quem recebe abastecimento de água acaba recorrendo às lavanderias.
“São 10 pessoas em uma casa, é muita roupa para lavar. Roupa, toalhas, casacos agora que está frio. Ainda estamos sem água”, descreve a estoquista Keli Noronha, 38.
Moradora da Mathias Velho, está abrigada na casa de amigos no bairro Estância Velha. Ela chegou na fila às 11 horas e ainda aguardava para lavar o cesto de roupas às 15 horas.
Os relatos de proprietários confirmam a alta na procura. “O movimento está muito grande, fora do normal. Hoje já não estamos aceitando mais nada, somente para amanhã à tarde”, conta o proprietário de lavanderia, no bairro Marechal Rondon, Sandro Moraes.
Estabelecimentos que funcionam no modelo self-service passaram a receber clientes 24 horas por dia. As filas e a alta demanda já geram conflitos entre clientes.
“Fui em uma lavanderia em que tinha senha, mas não tinha nenhum responsável, e deu confusão com a ordem da fila”, comenta Keli. “Aqui, tem menos demanda e está mais organizado”.
Cintia da Silva, 39, teve de se mudar após a enchente atingir sua casa no bairro Rio Branco. “Não tem água e não tem como lavar porque o apartamento está vazio, ainda não tem máquina”, explica, em referência à sua nova moradia. Ela estava há 3 horas aguardando na fila. “As outras lavanderias estão com valores bem mais altos. Vim aqui porque é mais em conta”, diz.
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