Contrato da Sogal com a Prefeitura de Canoas termina em dois meses

Faltando dois meses para o término do contrato entre a Prefeitura de Canoas e a Sociedade de Ônibus Gaúcha Ltda (Sogal), os canoenses seguem sem saber quem fará o transporte municipal em 2024. Fundada em 1967, a Sogal presta o mesmo serviço há 56 anos para a comunidade. No que se refere a possibilidade de concorrer a mais uma concessão, a empresa comunicou que só deve se manifestar após a publicação do edital. 

Conforme a Secretaria de Transportes e Mobilidade (SMTM), uma empresa contratada pela Prefeitura vem realizando um estudo referente a realidade do transporte público no município. O documento deve ser finalizado em até 15 dias e entregue aos responsáveis pela licitação. O objetivo da SMTM é apresentar o edital entre os meses de novembro e dezembro. “A partir disso, o processo licitatório segue seu trâmite normal”, disse a Secretaria em nota. O limite para a Sogal operar é na antevéspera do Natal, no dia 23 de dezembro. O Paço Municipal nega a possibilidade de uma nova extensão contratual entre o município e a empresa de ônibus.

O atual contrato entre a Prefeitura e a Sogal foi renovado em dezembro de 2019, na gestão do então prefeito Luiz Carlos Busato (União Brasil). A empresa chegou a alegar no Ministério Público (MP-RS) uma dívida de R$ 26 milhões em relação a ampliação de linhas e renovação de frota. A renovação teria duração de quatro anos, justamente encerrando no fim deste ano.

Reclamações

No período de concessão, entrou e saiu ano com muitas reclamações dos usuários. Maria da Silva, 68 anos, estava no bairro Marechal Rondon e precisava voltar para casa, no Olaria. “Estou aqui [na parada] há 30 minutos. O ônibus já era pra ter passado, é sempre assim, quando estraga algum veículo em determinada linha, retiram o Olaria.” Ela diz que utiliza o transporte coletivo duas vezes ao dia. “Ainda bem que vai mudar”, completa.

Quem também não está satisfeita é a moradora do Niterói, Patrícia Ferreira. “Os ônibus saem na hora que eles querem. Moro no fim da linha e no final de semana é ainda pior.” Outra reclamação está no estado de conservação dos veículos. “Onde o bairro é bom, o ônibus é bom. Já nos outros, melhor nem falar.”

Questionada se teria preferência por alguma outra empresa, Patrícia afirma não conhecer muitas opções. “Sempre foi a Sogal, mas os intermunicipais da Vicasa eram melhores. O importante é ser séria.”

O que diz a Sogal:

Em relação aos horários. A Sogal comunica que são realizada cerca de 1,7 mil viagens por dia. Destas, menos de 40 são perdidas, mantendo um índice inferior aos 2% no número de linhas com problemas no dia a dia.