O Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (Coren-RS) apresentou denúncia formal ao Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) contra o médico André Lorscheitter Baptista por possível violação ao Código de Ética Médica em função da suspeita de matar a esposa, a enfermeira Patricia Rosa dos Santos.
ENTRE NA COMUNIDADE DO DIÁRIO DE CANOAS NO WHATSAPP
A denúncia alega que Baptista teria usado seus conhecimentos médicos para administrar substâncias letais, o que se caracteriza como uma grave infração ética. No documento enviado ao Cremers, o Coren-RS solicita a abertura de processo ético disciplinar para investigar a conduta do profissional e a aplicação das penalidades previstas, caso sejam confirmadas as infrações éticas.
Por meio da nota, o Conselho de Enfermagem enfatiza a necessidade de que os fatos sejam apurados de forma ágil e justa para assegurar a responsabilização de todos os envolvidos. O Cremers chegou a abrir uma sindicância interna para apurar os fatos. Informou, contudo, que ainda aguarda o encaminhamento de uma cópia do inquérito por parte da Polícia Civil para dar prosseguimento ao processo.
Entenda o caso
Na manhã do dia 22 de outubro, a Polícia foi acionada para investigar uma suposta parada cardíaca que havia vitimado Patrícia. A denúncia da irmã serviu de combustível para que a Polícia Civil corresse ao local e chegasse na casa da vítima, instantes antes do corpo ser recolhido.
Patrícia teve o óbito registrado pelo Samu por ataque cardíaco. No entanto, os policiais encontraram na casa indícios que ela havia sido assassinada.
“Para começar, ele tinha estranhamente removido o corpo do sofá para o colchão no quarto”, esclareceu o delegado Arthur Hermes Reguse. “Depois, não conseguia responder coerentemente às perguntas dos policiais. Além disso, achamos uma mochila cheia de medicamentos que ele teve dificuldade em explicar por que tirou da casa.”
O trabalho da perícia e a consequente apuração revelou que o homem vinha dopando a vítima por meio de medicação colocada no sorvete. Com Patrícia dormindo, dosava medicação para induzir o ataque cardíaco.
“Foi tudo premeditado para matar a mulher e escapar impune”, afirma. “Se a irmã não tivesse o lampejo de correr até a polícia, o laudo de ataque cardiorrespiratório seria aceito. Só que ela era uma jovem enfermeira sem nenhum histórico cardíaco.”
O caso foi concluído na semana passada com o indiciamento de André Lorscheitter Baptista pela prática do crime de feminicídio consumado pelo “emprego de veneno ou outro meio insidioso”. O inquérito também incluiu o médico do Samu que atendeu a ocorrência naquela manhã, o enfermeiro que estava na ambulância e o motorista do veículo credenciado pelo Samu.
Inocência
Na defesa do médico, o advogado criminalista Luiz Felipe Magalhães reforça a inocência do cliente. “O André nega as acusações”, afirmou. “A defesa ainda não teve acesso ao inquérito, mas irá se manifestar por meio de nota para a imprensa assim que tiver.”
LEIA TAMBÉM
- Categorias
-
Tags
- André Lorscheitter Baptista
- Arthur Hermes Reguse
- canoas
- conteúdo sensível
- Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas
- delegado Arthur Hermes Reguse
- enfermeira dopada pelo marido
- enfermeira dopada por médico do samu
- Feminicídio
- INDICIAMENTO
- médico do samu
- Patrícia da Rosa dos Santos
- polícia
- SAMU