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CANOAS

Condenada a 51 anos e meio de prisão a técnica em enfermagem que tentou matar bebês

Julgamento terminou no meio da madrugada desta sexta-feira no Foro de Canoas; ré vai recorrer em liberdade

Taís Forgearini
Publicado em: 12/07/2024 às 03h:47 Última atualização: 12/07/2024 às 04h:07
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Após pouco mais de 15 horas de julgamento, saiu no meio da madrugada desta sexta-feira (12) a sentença de Vanessa Pedroso Cordeiro, 40 anos. A técnica em enfermagem foi a júri popular em Canoas por tentativa de homicídio contra 11 bebês recém-nascidos que estavam internados no Hospital Universitário (HU) em 2009. O caso chocou o Estado na época.

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Juiz Diogo de Souza Mazzucatto Esteves conversa com familiares das vítimas da técnica em enfermagem



Juiz Diogo de Souza Mazzucatto Esteves conversa com familiares das vítimas da técnica em enfermagem

Foto: Paulo Pires/GES

A ré foi condenada a 51 anos e seis meses de prisão por tentativa de homicídio duplamente qualificada contra nove recém-nascidos. Em um dos casos ela foi absolvida por falta de provas e, em outro, condenada a dois meses e 20 dias de detenção por lesão corporal. Cabe recurso. Vanessa Pedroso Cordeiro poderá recorrer em liberdade.

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Na época dos crimes, a agora condenada aplicou medicamentos de uso controlado nos bebês, incluindo morfina e diazepan. Os recém-nascidos apresentaram sintomas de intoxicação e precisaram ser internados na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) neonatal do HU. Todas as crianças sobreviveram sem sequelas físicas.

O Tribunal do Júri era presidido pelo juiz Diogo de Souza Mazzucatto Esteves e composto por três mulheres e quatro homens. Para cada uma das 11 vítimas os jurados votaram por meio de cédulas com as palavras “sim” ou “não” para oito quesitos: materialidade, autoria, tentativa, absolutório, imputabilidade, semi-imputabilidade e duas qualificadoras – por meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.

Em plenário, o promotor de Justiça Rafael Russomanno Gonçalves solicitou a condenação pelas dez primeiras vítimas e absolvição da ré no 11º caso por falta de provas, já que o recém-nascido não realizou exames e a mãe deste bebê não prestou depoimento à época. Os crimes foram há 15 anos.

O advogado de Vanessa Pedroso Cordeiro, Flávio Barros de Lia Pires, defendeu durante a sustentação e a tréplica que a ré possui um histórico psicossocial extenso e que precisa de cuidados médicos.

A sentença foi lida pelo juiz às 2h55. A ré manteve-se calma durante todo o tempo em que o magistrado descreveu a decisão dos jurados e aplicou a pena de mais de 50 anos de prisão. Alexandre Fagundes e Silva, 43 anos, pai de uma das vítimas, comemorou a decisão. “Esperamos por quase 15 anos. Gostaríamos que ela tivesse saído presa, mas não vamos desistir”, frisou.

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