Adiada após a tragédia de maio, a batizada ComicCon RS da retomada começou na manhã deste sábado (28), em Canoas, atraindo centenas de amantes da cultura pop para a Universidade La Salle.
Logo em sua abertura para o público, o tradicional evento teve jovens cosplayers de super-heróis dividindo atenções com dragões cuspidores de fogo e o melhor da cultura oriental.
O espaço garantido na instituição foi distribuído de maneira a abraçar pluralidade que existe quando o assunto é cinema e animes; histórias em quadrinhos e literatura; videogames e redes sociais.
O que não mudou foi a paixão dos fãs pelos heróis que pularam das páginas dos gibis para o cinema. Se em outros anos, personagens como Coringa, Arlequina e Mulher-Maravilha dominaram a festa, neste ano a Marvel dominou.
Eram dezenas de fantasiados e fantasiadas, com preferências para o bonzinho Homem-Aranha e para o brincalhão Deadpool. Heitor Severo, 8 anos, era um mini-Deadpool circulando pela convenção.
“É o meu super-herói favorito”, afirma o menino que, embora sem idade para ver o violento personagem, conseguiu burlar a faixa etária e ver “Deadpool & Wolverine” no cinema. “Meu irmão deu um jeito e me levou”.
Se por um lado os cosplayers da Marvel estavam em maior número, por outro lado os fãs dos quadrinhos da editora DC Comics acabaram chamando mais a atenção. Isso porque sobrou criatividade.
Bruno Leal, 19 anos, não se contentou em ir vestido de Batman. Ele era o Batman Ninja, uma versão arrojada do Cavaleiro das Trevas criada mirando os fãs orientais do morcego.
“Deu trabalho, mas valeu a pena, porque sei que está muito legal”, elogiou a si.
Força do oriente
Curador da ComicCon RS, Émerson Vasconcelos havia prometido para esta retomada uma ComicCon mais oriental. Prometeu e cumpriu, já que além da presença de mais figuras saídas dos animes e mangás, a “tenda oriental” do espaço food truck era uma das mais disputadas.
“Eu sou apaixonada pelo Japão e por tudo que é oriental”, elogiou Sabrina Almeida. “Achei uma ótima ideia deixarem a gente mais à vontade”, acrescentou a jovem de 15 anos vestida como uma personagem saída das aventuras do Digimon.
Mestres do traçado
No espaço do Artist Alley, onde ficam concentrados artistas e quadrinistas, ninguém foi tão assediado quanto o simpático Eddy Barrows.
O ilustrador distribui sorriso, autógrafos e mostrou, a quem quisesse ver, a beleza da arte que vem produzindo há anos para a editora DC Comics.
“É sempre um prazer muito grande poder estar presente na ComiCon RS”, disse. “Me sinto muito à vontade e então eu converso com todos e atendo com o maior prazer”.
Embora menos popular que o Superman desenhado por Eddy, o dragão criado pelo ilustrador Eduardo Bonini Hoewell arte do Eduardo Bonini Hoewell garantiu o toque de magia e encanto que o espaço precisava.
O artista, afinal de contas, trouxe para a ComicCon um dragão cujo fator fofura caiu nas graças do público presente, assim como já havia acontecido na pizzaria que dá nome ao personagem em Gramado.
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“Dei vida ao Hector, o Mago Dragão, pelo amor que tenho pela fantasia e em um momento especialmente feliz para o gênero”, diz. “O carinho pelo projeto criado em Gramado só cresce e eu só tenho a agradecer pelo carinho”.
Palco da discórdia
Como aconteceu em outros anos, o Palco Universidade La Salle manteve a programação permanente de debates acirrados envolvendo a cultura pop. Na abertura, convidados discutiram a relevância do Universo Cinematográfico Marvel após uma série de projetos malsucedidos, com produções canhestras no cinema e na TV.
Partindo de um comentário do lendário cineasta americano Martin Scorsese, o publicitário, diretor e roteirista Edson Gandolfi abriu a discussão dizendo que a Marvel “não é cinema”, mas cria um eterno parque de diversões para crianças.
Segundo dia
A ComicCon RS prossegue com programação ao longo do dia até a noite deste sábado. Já neste domingo (29), a festa continua com agenda de atrações a partir das 11h30 e encerramento marcado para 20 horas.
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