A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou, na sexta-feira (8), a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), que coleta dados de18milconsumidores de todos os estados e do Distrito Federal. Os números apontam que o percentual de famílias brasileiras com dívidas atrasadas, ou seja, inadimplência, caiu e atingiu 28,1% em fevereiro, sendo a quinta redução seguida desde setembro de 2023,quando o indicador estava em 30,2%, e o menor nível desde marçode2022 (27,8%).
O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, avalia que esse é um sinal positivo, pois mostra uma melhora do planejamento financeiro e do orçamento das famílias lideradas por mulheres, mostrando que elas vêm se preparando para voltar para o mercado de consumo em 2024.
Na avaliação do presidente do Sindicato dos Dirigentes Lojistas (Sindilojas), Denério Neumann, a diminuição da inadimplência no País pode ter como explicação as promoções com descontos consideráveis que são oferecidas no final de ano e que refletem em fevereiro. “Nesse período, existem muitas promoções e propostas para as pessoas conseguirem regularizar o crédito”, destacou.
O presidente da Câmara de Dirigentes Logistas de Canoas (CDL) e vice-presidente da Associação Gaúcha do Varejo, Éverton Netto, faz uma análise com base em dados de outra fonte, e apresenta números um pouco diferentes. A entidade canoense conta com pesquisa de dados de uma outra fonte, a SCPC da Boa Vista/Equifax, que aponta que o índice de inadimplentes em Canoas, no mesmo período citado na pesquisa da CNC, foi de 40,3%.
Na mesma base de dados (SCPC), o índice para o Rio Grande do Sul foi de32,2% e, no Brasil, 31,4%. Ele explica que anteriormente a única fonte desses dados era o SPC/Serasa. “Temos agora duas bandeiras de pesquisa e os dados acabam sendo diversos”, informou.
Cautela ao comprar
A pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta, entre outras questões, que o cartão de crédito costuma ser a maior razão de endividamento e a pesquisa da CNC comprova. Os dados mostram que mostra que a principal modalidade de dívida das famílias é o cartão de crédito (86,9%), seguida por carnês (15,8%), crédito pessoal (9,9%), financiamento da casa (8,7%) e do carro (8,6%) e crédito consignado (6%).
O crédito funciona como um incentivador do consumo, sendo uma renda a mais que pode ser utilizada pela população, mas no momento em que as famílias não conseguem arcar com o pagamento de suas dívidas vem o endividamento.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Canoas (CDL) e vice-presidente da Associação Gaúcha do Varejo, Éverton Netto, orienta que as pessoas tenham cautela na hora das compras. “Incentivamos o consumo de forma consciente. O crédito mais disponível, sem cautela, traz um viés negativo”.
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