“Um grito ecoa pela rua, chamando as comadres a se reunirem na bica d’água”. Esse é o início da peça Cumadres, do grupo de teatro canoense Panapaná. Interpretado nas ruas, parques e praças, o espetáculo traz cinco lavadeiras que, de uma forma descontraída e interativa com o público, falam sobre violência contra mulher e o trabalho invisibilizado.
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A peça, lançada no final de novembro, teve quatro apresentações financiadas pela Lei Paulo Gustavo, sendo a última no dia 8 de dezembro, na Praça Parque Universitário, no bairro São José. De acordo com a atriz Janete Costa, que interpreta a comadre Tereza, novas apresentações serão realizadas em 2025, junto com o aniversário de 10 anos do grupo.
A peça Comadres nasce de relatos colhidos após a execução de outros espetáculos do grupo. “Sempre deixamos um caderno para as pessoas contarem suas histórias e sugerirem ideias”, explica. Acompanhado de cantigas como “Terezinha de Jesus” e o “Cravo e a Rosa”, as atrizes trazem a temática da violência contra a mulher e suas formas.
A operadora de máquinas Vanessa Dubla, 34 anos, sempre está na praça aos domingos e gostou da peça. “Achei diferente, interessante. É bom ser praça porque tem pessoas de idades diferentes”, afirma.
“Maravilhosa”. Assim define a assessora Mari Lucia Larroza, 58. “É um assunto muito importante que tem que cada vez ser mais falado. O que elas apresentam é a realidade de muitas mulheres, infelizmente”, comenta.
“Era para ser um teatro que falasse sobre a educação que damos às meninas. Temos as comadres, cada uma com sua vida, mas que se apoiam sempre”, conta Janete. E a atriz completa: “São tantas mensagens. É poder levar as vozes dessas mulheres, não só das lavadeiras para o maior número de pessoas e dizer que elas existem. Mulheres que sofrem violência, que trabalham muito, que criam seus filhos sozinhos ou que não que não querem ter filhos.”
As lavadeiras, junto com Janete, são Gisele Domingues, Heloísa Oprach, Isabele Fatturi e Raquel Amsberg. Elas se misturam entre conceber e colocar em prática as ideias. Para Janete, é preciso olhar com mais carinho para iniciativas como a do Panapaná. “É importante prestigiar, valorizar. Canoas tem muitos grupos bons de teatro, que falam de coisas importantes”, destaca.
Para 2025, o coletivo já faz planos. “Queremos ir para o Mathias Velho. Interpretar essa peça na periferia, em locais que são vulneráveis. Nós sabemos que temos uma recepção legal.
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