Nos próximos dias, a Polícia Civil começa uma nova etapa no trabalho de procura por pessoas desaparecidas em decorrência da enchente em Canoas. Com isso, a Polícia estima que o número oficial de desaparecidos aumente.
O delegado diretor da Delegacia de Polícia Regional Metropolitana de Canoas, Cristiano Reschke, explica que a mudança vai ocorrer porque os números oficiais são baseados em boletins de ocorrência. Nesta segunda-feira, eram oficialmente 16 desaparecidos em Canoas. O delegado estima que o número aumente para, pelo menos, 130.
“Recebemos avisos de possíveis desaparecimentos por diversos canais, como o SOS Canoas. Mas, na maioria das vezes, as pessoas não registraram ocorrência”, comenta.
Uma força-tarefa foi montada para receber e verificar essas informações. Em diversos casos, as pessoas foram encontradas em listagens de abrigos disponibilizadas pela prefeitura e pelos coordenadores dos locais. “Muita gente se perdeu da família no momento de sair de casa e de chegar nos abrigos”, diz. Além das bases de dados, tentativas de contato com telefones registrados no nome da pessoa ou de familiares e amigos também são feitas.
Agora, os casos em que a pessoa não foi encontrada por nenhum destes meios serão registradas como boletim de ocorrência pela Polícia Civil. “O número vai subir porque não estávamos registrando os comunicados em B.O. Primeiro, porque os servidores da Procergs estavam off-line. Segundo, porque queríamos inicialmente esgotar as possibilidades de contato para ter certeza de que a pessoa realmente está desaparecida”, diz o delegado.
O registro do B.O. permite o uso de mais cruzamento de dados e a divulgação de nomes e fotos de pessoas não localizadas, quando há autorização da família.
Além de informar o desaparecimento, é importante avisar a Polícia quando o parente ou amigo foi encontrado. “Muitas pessoas esquecem, mas isso é essencial para não direcionar esforços de forma desnecessária”, ressalta.
Como fazer o registro dos casos
A Polícia Civil orienta que desaparecimentos sejam comunicados pelo telefone (51) 98459-0259. Mensagens podem ser enviadas via WhatsApp para este contato.
No canal, o servidor da Polícia Civil se identifica e solicita mais informações sobre o caso, como descrição física e último contato feito. Uma busca inicial é feita nas bases de dados de pessoas abrigadas na Região Metropolitana. Tentativas de contato por telefone com as vítimas e familiares também são feitas.
Caso não seja possível fazer a localização, quem comunicou o desaparecimento será orientado a registrar um Boletim de Ocorrência. O desaparecido passa a constar na lista da Defesa Civil e, com autorização da família, nome e fotos poderão ser divulgados.
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