SÓ SUCESSO!

Ciclista do som alto já se tornou popular por circular pelas ruas de Canoas

Aos 42 anos, Carlos Alexandre Silva Moraes conta que começou a escutar música à toda altura desde a morte da mãe. "Eu quero me distrair e não pensar na saudade que sinto dela"

Publicado em: 23/05/2023 15:11
Última atualização: 26/03/2024 18:02

"Fio de Cabelo", da dupla Chitãozinho e Xororó; "Entre Tapas e Beijos", de Leandro & Leonardo; "É o Amor", de Zezé Di Camargo & Luciano. "Garçom", de Reginaldo Rossi; "Eu nãosou cachorro não", de Waldick Soriano"; e "Escrito Nas Estrelas — Tetê Espíndola". O que essas músicas têm em comum?

Alexandre Moraes já perdeu as contas de quantas ouviu xingamentos em Canoas Foto: PAULO PIRES/GES

Além de serem todas ligadas a vertente classificada por crític Jeison Silva os de plantão como a mais brega da música popular brasileira, todas estão na playlist do "ciclista do som alto", figura já popular que circula pelas ruas e avenidas de Canoas com uma caixa de som à toda altura.

O ciclista em questão chama-se Carlos Alexandre Silva Moraes. Aos 42 anos, ele comenta que começou a circular de magrela ouvindo música há cinco anos, quando a mãe morreu. Desde então, sai da casa em que vive com o irmão, no bairro Harmonia, ouvindo música.

"Eu quero me distrair e não pensar na saudade que sinto dela", se emociona ao dizer.

A ordem das músicas, ele afirma, é aleatória, mas todas falam com o coração de diferentes maneiras, seja um sertanejo, pagode ou mesmo uma lambada que entra na trilha.

"Não tem ordem em particular. Pego a minha caixa de som e ligo bem alta. O que importa é o que eu sinto", diz.

Pedradas

Alexandre diz viver de bico. Faz um servicinho aqui e outro ali e, no meio tempo, roda muito de bicicleta, razão pelo qual é bastante conhecido em diferentes pontos da cidade.

Infelizmente, nem todo mundo gosta ou acha graça em vê-lo pedalando ao som de sucessos dos anos 80 e 90. Ele relata que algumas pessoas mais irritadas já tentaram derrubá-lo da bicicleta e outras apenas jogam pedras.

"O pessoal me chama de doido, sem noção e de outras coisas ruins", desabafa. "Já tentaram me derrubar da bicicleta e jogaram pedras na minha caixa mais de uma vez".

Mesmo assim, o ciclista afirma que não desiste e vai continuar pedalando enquanto tiver forças.
"Eu só quero escutar a minha música e ser feliz".

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