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CANOAS

"Dividíamos uma sala com mais 27 pessoas": morador celebra casa para família em cidade temporária após dois meses em abrigo

Montado em 30 dias, Centro Humanitário de Acolhimento recebeu or primeiros 150 moradores

Taís Forgearini
Publicado em: 04/07/2024 às 18h:34 Última atualização: 04/07/2024 às 21h:20
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Inaugurado nesta quinta-feira (4) em Canoas, o primeiro Centro Humanitário de Acolhimento (CHA) do Estado, localizado próximo à Refap, recebeu as primeiras 150 pessoas (30 famílias) desalojadas pela enchente de maio no município.

Com o nome de Recomeço, o local conta com 126 unidades habitacionais fornecidas pela Agência da ONU para Refugiados (Acnur) e possui capacidade para abrigar até 630 pessoas.

Após dois meses em abrigo, Sandro e Nataly comemoram novo lar temporário



Após dois meses em abrigo, Sandro e Nataly comemoram novo lar temporário

Foto: Paulo Pires/GES

Sandro Miranda Júnior, a esposa Nataly Rodrigues, 19, e o filho Pyetro Miguel, de quatro meses, ficaram 60 dias no abrigo montado na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra).

“Amanhã completo 25 anos. É como se fosse um presente poder ficar em uma casinha [individual] com a minha família. Dividíamos uma sala com mais 27 pessoas na Ulbra”, destacou o morador do bairro Mathias Velho.

A família perdeu tudo durante a inundação. “Nosso filho tinha apenas dois meses quando tudo aconteceu. Morávamos em uma casa de aluguel. Não deu para salvar nada, a água subiu muito rápido. Estamos na expectativa de conseguir uma ajuda dos governos para ter uma casa para chamar de nossa.”

Marluce Ingredi Silva de Azevedo, 36, e os dois filhos, Laryssa, 9, e Davyd, 17, falam sobre o sentimento de segurança. “Passamos por três abrigos. O que muda agora é a sensação de confiança em saber que não seremos “despejados”. Éramos realocados quando o espaço precisava fechar”, desabafou a cozinheira.

Marluce mantém a esperança



Marluce mantém a esperança

Foto: Paulo Pires/GES

A casa da moradora do Mathias Velho ficou com a estrutura comprometida após a inundação. “Nossa residência está inabitável. O teto foi destruído, as paredes ficaram comprometidas. Espero conseguir ser encaminhada para algum programa de moradia.”

Promessa

Durante a cerimônia de inauguração do CHA, o governador Eduardo Leite reforçou o compromisso de busca por lares definitivos.

“Não estamos conformados. Não vamos descansar enquanto não tivermos lares definitivos para quem perdeu. Nossa meta é que aqui seja um lugar temporário pelo menor tempo possível”, ressaltou.

Seleção das famílias para os Centros Humanitários

A seleção das famílias segue sendo feita pela Prefeitura, por meio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social de Canoas. O processo avaliativo tem como grupos prioritários pessoas que estejam em maior vulnerabilidade e sem possibilidade de retorno às residências.

Próxima inauguração

O segundo Centro Humanitário de Acolhimento no município recebeu o nome de Esperança. Localizado no Centro Olímpico Municipal, o espaço com capacidade para até 800 pessoas possui previsão de inauguração até o dia 15 julho.

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