ECONOMIA

CDL e CICS analisam impactos de indicadores econômicos em Canoas

Dados divulgados pelo IBGE apontam crescimento nos setores de varejo e serviços; Indústria teve queda

Publicado em: 15/08/2023 10:32
Última atualização: 18/10/2023 16:38

Divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dados de indicadores econômicos do Estado mostram situações distintas entre os setores. Relativos ao mês de junho, a indústria recuou 0,5% frente a maio. Se comparada ao mesmo período de 2022, a queda é ainda maior, com 3,8%.

Economia avaliada por entidades de Canoas Foto: Freepik

O presidente da Câmara de Indústria e Comércio e Serviços de Canoas (CICS), André Guindani, explica que o resultado é consequência da alta na taxa de juros. “Não adianta ter produção sem demanda. As famílias estão endividadas. Os juros altos não permitem a quitação destas dívidas, sendo assim não há consumo.”

Com a taxa Selic alcançando os 13,25%, Guindani reitera que o crescimento não é estimulado. “Além disso, a alta nos juros restringem o crédito das pessoas.” Outro fator apontado é a mudança na cultura de consumo do brasileiro. “Muitos preferem consumir experiências ao invés de bens duráveis. Ou seja, ter uma experiência gastronômica, viajar. Isso explica o aumento no setor dos serviços.”

Os mesmos dados divulgados pelo IBGE mostraram que o volume de serviços cresceu 0,7% em um mês no Estado. Em maio o avanço havia sido ainda maior, 2,2%. São 16,8% a mais do que em fevereiro de 2020, ainda na pré-pandemia. “O perfil do consumidor está mudando”, concorda Éverton Netto, presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Canoas (CDL).

Vendas

Já no setor de vendas, campo de atuação da CDL, o IBGE mostra um crescimento de 0,6% em junho. O dado é considerado positivo por Netto. “É uma grande oportunidade, o varejo trabalha com estabilidade e o primeiro semestre foi instável.”

A questão climática também foi apontada como vilã. "Principalmente para lojas de roupas."

Taxação para estrangeiros

Os presidentes das entidades canoenses estimam um segundo semestre com concorrência mais leal. Isso devido à taxação de compras acima dos 50 dólares para compras internacionais. “Era jogar contra o mercado interno e favorecer o externo”, diz Netto.

Guindani vai no mesmo enfoque. “A taxação é positiva. Estavam matando a indústria, a competitividade era desleal. É fundamental que as indústrias sejam estimuladas.”

Em relação ao Governo Federal, as opiniões vão na mesma direção. "Ainda há desconfiança. Quando mostrar confiança vai fazer com que o empresário retire projetos da gaveta", completa Guindani. "Estamos aguardando uma resposta concreta", finaliza Netto.

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