Os abrigos da Prefeitura somam cerca de 15 mil pessoas acolhidas. O Centro Olímpico Municipal está lotado, ele abriga aproximadamente 400 pessoas.
A aposentada Selma Fraga dos Santos, 74 anos, e as duas filhas deixaram a casa próxima a parada 7, no Mathias Velho, na sexta-feira (3). A família está abrigada no Centro Olímpico.
“Agradeço pela minha vida. É muito triste tudo isso. Infelizmente, alguns vizinhos não quiseram deixar as casas quando a água ainda estava baixa. Não sabiam da dimensão do problema. Nunca tinha acontecido nessa proporção. Estamos sem notícias das pessoas que ficaram. Não sabemos se foram resgatadas. Uma vizinha, de 83 anos, não saiu na sexta-feira. Estou apreensiva por ela. Se ela não saiu, o pior pode ter acontecido. A informação que tenho é que a região em que moro ficou submersa”, lamenta.
A aposentada teme o futuro. “Comprei tudo com muito sacrifício e simplesmente perdi. Sou grata pela vida e das minhas filhas, mas é impossível não pensar no depois. Saímos só com algumas sacolas de roupas. Têm coisas que vou seguir pagando, mesmo sem ter mais. Não posso perder a esperança por dias melhores. Ainda muita gente vai depender da solidariedade dos outros”, diz.
José Solimar Miranda, 63 anos, se emociona ao falar sobre a situação dramática que os canoenses vivem. Com a voz embargada, o aposentado conta que não tem notícias amigos e vizinhos. “Minha esposa, meus dois cachorros e eu deixamos nossa casa ainda na sexta-feira. A minha experiência ajudou a entender que havia risco de verdade, porém, várias pessoas não tinham esse conhecimento. Foi tudo muito rápido. As águas subiram em pouco tempo. Tenho medo que haja vítimas. No meu bairro [Mathias Velho] está muito complicado. A comunicação com familiares e amigos está difícil. É desesperador.”
Doações
A Central de Doações, localizada na Cassol Centerlar – Avenida Farroupilha, 5775, Marechal Rondon, necessita com urgência doações de cobertores.
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