O dique do Rio Gravataí rompeu e causou enorme impacto à população de Canoas na madrugada do último dia 3, deixando milhares de pessoas fora de casa devido à inundação. Passados mais de dez dias, alguns moradores do bairro Niterói conseguiram voltar para casa, na manhã desta segunda-feira (13), após a água recuar visivelmente e garantir algumas vias secas e seguras.
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O quadro de prejuízo, no entanto, permanece, segundo não apenas os moradores, mais igualmente comerciantes que atuam no ponto em que o bairro encosta perigosamente no Rio Gravataí.
Leonildo Antunes, 65 anos, saiu de casa há uma semana com estabelecimento quem mantinha há décadas no bairro inundado. Acabou retornando agora, quando teve a noção do tamanho do prejuízo. “Perdi tudo o que tinha no armazém”, suspira ao dizer. “Além de estragar os freezers também encontrei todos os produtos boiando na água ao voltar. Não se salvou nada na água suja”, completa.
O trabalhador relata ainda que, na tentativa de escapar do aguaceiro, perdeu também o carro, que acabou boiando em meio a inundação que atingiu as margens da BR-116 no início da enchente. “Eu saí de carro e acabei completando o percurso a pé”, relata. “A água entrou no motor do meu carro e acabei abandonando ele boiando na BR no começo da enchente. Acredito que vá demorar até conseguir pegar de novo.”
Sem comércio, mas vivendo há duas décadas no bairro Niterói, a aposentada Bibiana Nogueira, 64 anos, observou, pela primeira vez, a residência em que vive ser tomada pela água. “Soube que a Avenida Venâncio Aires tinha secado e agora eu conseguir chegar na minha casa para ver a situação”, disse. “Sei que não sobrou muito e que vai demorar muito tempo para conseguir me reerguer de novo.”
Reforço
A Secretaria Municipal de Obras de Canoas informa que trabalha com alternativas para o escoamento da água que toma o lado Oeste da cidade. Entre as medidas definidas está a instalação de bombas flutuantes para ajudar escoar áreas que foram comprometidas pela ruptura dos diques localizados nos bairros Rio Branco e do Mathias Velho.
“Temos como principal foco a recuperação das casas de bombas e a reconstrução dos diques. Sabemos que a água deve sair aos poucos, por gravidade, mas determinamos a vinda das bombas flutuantes para que possamos acelerar este processo e, assim, a água descer o suficiente para que as obras nas casas de bombas e nos diques possam ser realizadas o mais rapidamente possível”, explica o secretário municipal de Obras, Guido Bamberg.
Atualmente, apenas as Casas de Bomba 1 e 2, no bairro Niterói, seguem com funcionamento normal e monitoramento 24 horas. Equipes da Secretaria de Obras se revezam nos locais para resguardar o funcionamento.
O pedido de evacuação do bairro Niterói, no entanto, segue vigente, visto que as chuvas persistem e os rios que desembocam na região podem ter aumento nos seus níveis. O alerta é para que os moradores não tentem regressar.
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