Houve pânico durante a madrugada desta quinta-feira (2) na área ribeirinha conhecida como Prainha do Paquetá. Foi a partir da meia-noite que a água passou a invadir casas, obrigando os moradores a abandonarem os lares.
Ao longo de toda a manhã desta quinta-feira, barcos auxiliaram a retirada das pessoas e também de móveis que os moradores tentavam salvar da inundação causada pelo Rio dos Sinos.
Morando há 20 anos no local, Clereci Oliveira carregava um televisor enrolado em uma toalha no início da tarde desta quinta-feira. Era o único eletrodoméstico que conseguiu proteger do rio.
“A gente se apega aquilo que tem”, disse. “Moro há anos aqui e minha casa é bem alta, mas tive que sair correndo porque de repente a água já tinha subido demais e não dava mais tempo de levantar as coisas”.
Já Kelly Schenkel precisou sair de casa e resgatar o avô de 86 anos que estava ilhado no Paquetá. Ela diz ter sido necessário pagar para conseguir ajuda. Assim como aconteceu com outros moradores.
“A gente esperou pela Defesa Civil, mas ninguém apareceu e cada um precisou se virar do jeito que deu”, reclama. “Eu vi muita gente precisando e tendo que pagar para conseguir sair de casa com alguma ajuda”, acrescenta.
Segundo a Prefeitura de Canoas, a Defesa Civil trabalhou incessantemente no resgate da população atingida pelas cheias durante a madrugada e, somente até o início da manhã desta quinta-feira, já somava 100 resgates.
Embora sem uma medição oficial por parte da administração, pescadores da área ribeirinha apontam que as réguas sinalizam a altura de quase 6 metros do Rio dos Sinos. A estimativa, portanto, é que o nível suba mais, obrigando novos moradores a sair de casa.
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