Já somam 50 o número de desalojados em Canoas devido às inundações causadas pela cheia do Rio dos Sinos e Rio Gravataí. O ginásio da Escola Professor Thiago Würth recebe, principalmente, idosos, mulheres e crianças desde a madrugada desta quinta-feira (2).
A aposentada Sueli Laureano, 62 anos, se viu obrigada a sair de casa à meia-noite e meia após a residência em que vive, no bairro Niterói, ser tomada pela água, devido ao volume da chuva.
“Eu sai de casa com água pelo joelho”, lamenta. “Meus parentes moram todos muito longe e precisei chamar a Defesa Civil. Minhas coisinhas estavam todas boiando”, desabafa.
Bastante abalada, a idosa aguarda em um colchão com alguns pertences pessoais que conseguiu tirar de casa antes de precisar sair com a equipe de resgate da Defesa Civil.
“Eu estou aqui esperando”, suspira. “Não tem mais nada que eu possa fazer. Dependo da ajuda de quem puder me ajudar. Não sei quando eu volto para casa, porque sai com ela toda alagada”.
Recém-chegado em Canoas, o venezuelano Amilco Perez, 35 anos, estava abrigado com a mulher na casa de um amigo, porém precisou de ajuda depois que o parente teve a casa tomada pela água no Niterói.
“Cheguei a convite do meu primo e imaginava que ele estava estabelecido e com uma boa estrutura, mas não foi o que encontrei”, lamenta. “Tivemos que sair correndo durante a noite para não se afogar na água”.
Conforme a Prefeitura de Canoas, a Defesa Civil concentra esforços em pontos distintos visando garantir o resgate da parte da população que se encontra ilhada devido ao excesso de chuvas.
O bairro Niterói, conforme a administração, é o mais atingido. Foram 116 milímetros chuva acumulada somente nos últimos cinco dias, segundo apontamento do Escritório de Resiliência Climática (Eclima).
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