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Tiros em Canoas

CATÁSTROFE NO RS: "De noite é aterrorizante", diz garçom que virou segurança de condomínio

Grupo que permaneceu isolado no bairro Fátima montou estratégia militar para defender o lar. "Os vagabundos estão mais armados que a polícia", relata trabalhador

Publicado em: 10/05/2024 às 14h:18 Última atualização: 10/05/2024 às 14h:37
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A insegurança desde que as inundações atingiram o Estado e Canoas seguem como preocupação para autoridades e estratégias são discutidas para reforçar pontos mais críticos onde há arrombamentos e furtos.

Rafael, Rodrigo e Tayrone estão entre o grupo que cercou condomínio com barricadas para impedir invasões em Canoas



Rafael, Rodrigo e Tayrone estão entre o grupo que cercou condomínio com barricadas para impedir invasões em Canoas

Foto: LEANDRO DOMINGOS/GES-ESPECIAL

Bem longe do centro das decisões executivas, os moradores se viram como podem. Principalmente à noite, quando saqueadores dão início a pilhagens no lado oeste da cidade.

É por isso que um grupo reunido no bairro Fátima decidiu defender o lar não pegando em armas, mas, sim, montando uma estratégia militar de vigilância 24 horas contra invasores indesejados.

“Nosso condomínio tem uns 2.500 moradores, mas restou uma dúzia desde o último sábado (4)”, relata o garçom Rodrigo Castro Moraes. “Então, logo que estourou o dique, os seguranças tiveram a casa inundada e precisaram ajudar as próprias famílias”.

Foi a partir daí que o grupo começou a se organizar em rondas intensificadas durante a noite, quando tiros e gritos podem ser ouvidos à distância em meio a ataques de saqueadores.

“De noite é aterrorizante”, afirma o trabalhador de 42 anos. “A gente se reveza circulando e não deixando ninguém forçar entrada, mas dá muito medo, porque os vagabundos estão mais armados que a polícia”.

Também mantendo uma rotina de noites em claro, o técnico de enfermagem Rafael Ribeiro, 35 anos, aponta que houve auxílio do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil durante o período, porém à noite os moradores que permaneceram sozinhos se sentem isolados.

“A gente recebeu ajuda e doações, mas a insegurança é muito grande”, reforça. “À noite a gente não vê ninguém da polícia molhando o pé na água e todos aqui se sentem sozinhos e precisando se virar como dá”.

Também um morador que força das circunstâncias transformaram em segurança, Tayrone Teixeira, 47 anos, suspira ao dizer que a maioria deixou tudo o que tinha no condomínio, o que aumenta a responsabilidade.

“A maioria só queria fugir e nem olhou para trás quando a água começou a invadir os apartamentos”, lembra. “A gente está zelando não só pela própria casa, mas ainda por aquelas pessoas que só tiveram força para sair correndo com a água batendo no joelho”.

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