Afora as mais diversas teorias que circulam nas redes sociais, o caso do golpista que se passou por assessor do prefeito em exercício de Canoas, Nedy de Vargas Marques (PP), para faturar em cima de empresários dispostos a assumirem contratos milionários na Prefeitura sem licitação deve ter desdobramentos nos próximos dias.
Foto: Juliano Piasentin/ Especial
Advogado de alguns desses empresários, Adão Paiani informa que já pediu que a investigação policial seja assumida por delegacia especializada de Porto Alegre e que já acionou o Ministério Público Estadual (MP/RS) por entender que a apuração deve ser aprofundada. Ainda segundo o advogado, o golpe movimentou cerca de R$ 500 mil.
O advogado Adão Paiani assegura que há “farto material” comprovando que o suspeito não agiu sozinho, ao contrário do que indica a investigação policial até o momento.
“Acusado vinha se apresentando desde novembro de 2023 como assessor do então vice-prefeito. Depois, no início deste ano, firmou contratos inclusive com registro em cartório. Desde então, demonstrava ter livre acesso à Prefeitura, se apresentando às vítimas e sendo reconhecido por servidores públicos como assessor do agora prefeito em exercício”, resume. “O acusado somente praticou os crimes porque teve cobertura de dentro da estrutura da Prefeitura”, informa o advogado.
Por meio de nota divulgada ainda na terça-feira (26), o Executivo canoense informou que tomou conhecimento do assunto em 6 de fevereiro e que, após relatório da inteligência da Secretaria Municipal de Segurança Pública, encaminhou denúncia à 1ª DP da cidade. O prefeito em exercício nega qualquer irregularidade.
Respondendo interinamente pela 1ª DP de Canoas, o delegado Newton Martins Filho assegurou nesta terça que o esquema não está relacionado à Prefeitura e que até agora a investigação não encontrou vínculo entre o criminoso e outros servidores. O golpista é irmão da esposa de um dos filhos do prefeito em exercício Nedy de Vargas Marques.
