OSTENTAÇÃO DE VIDA DE LUXO

Casal de influenciadores é novamente preso em Canoas por esquema de rifas nas redes sociais

Dupla foi alvo de uma operação da Polícia Civil na última terça-feira, data em que foram presos e liberados após pagamento de fiança de aproximadamente R$ 100 mil

Publicado em: 09/08/2024 09:22
Última atualização: 09/08/2024 11:10

O casal de influenciadores envolvido com um esquema de venda de rifas nas redes sociais foi novamente preso na manhã desta sexta-feira (9) em Canoas. Gladison Pieri e Pamela Pavão foram alvos de uma operação da Polícia Civil na última terça-feira, data em que foram presos e liberados após pagamento de fiança de aproximadamente R$ 100 mil.



Conforme a Polícia Civil, mesmo após a operação, eles fizeram novas rifas. Inclusive, ofertando um veículo aprendido esta semana.

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Relembre

Responsável por um esquema de rifas virtuais, a dupla se tornou alvo da Polícia Civil, durante a batizada Operação Dubai, nesta terça-feira (6), por suspeita de lavagem de dinheiro.

Carros de luxo foram apreendidos e acabaram no estacionamento da Central de Polícia, em Canoas Foto: POLÍCIA CIVIL/DIVULGAÇÃO

A ação partiu de uma série de denúncias que chegaram ao conhecimento do Ministério Público (MP), que provocou a Polícia Civil a dar início à apuração.

Como funciona o esquena usado por casal de influenciadores

A reportagem apurou com a Polícia, contudo, que o polpudo inquérito do caso parte de um esquema fraudulento montado a partir do ano passado, quando as rifas passaram a ser manipuladas para sorteios que partiam de milhares para milhões de apostas.

Os sorteios eram montados com um número de participantes até a casa dos 100 mil, no entanto, os organizadores adicionavam um dígito à quantidade de alguns jogos. Isso fazia com que muitos sorteios não tivessem ganhadores com cotas.

Prêmios entregues a parentes e dinheiro em contas pessoais

Ainda sobre os prêmios, alguns eram entregues, porém, houve a identificação de prêmios entregues a pessoas ligadas ao casal, inclusive mais de uma vez, como compensação, o que deixou clara a prática fraudulenta.

A polícia também aponta que o valor pago pelas rifas ia direto para as contas do casal, o que é irregular e motivou a contratação de uma empresa de título de capitalização.

Por lei, os títulos precisam estar vinculados a uma entidade beneficente, o que não acontecia.

Fiança de R$ 100 mil

O influenciador digital Gladison Pieri acabou preso por porte ilegal de arma de fogo durante a operação desta terça. Ele foi solto após pagar fiança. O valor apontado pela Justiça beirou os R$ 100 mil, segundo a Polícia Civil. A namorada dele, Pamela Pavão, também acabou detida durante a ação policial, mas foi solta sem precisar pagar fiança.

Embora em liberdade, os dois continuam sendo investigados e responderão por crimes de exploração de jogos de azar, contra a economia popular, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Classes C e D

A apuração da 3ª DP identificou ainda que as vítimas identificadas pela Polícia Civil fazem parte das classes C e D, atraídas pelo “kit milionário” divulgado nas redes sociais pelo casal.

Conforme apontamento do inquérito, as pessoas eram seduzidas pela ostentação demonstrada pelos influenciadores, em especial com os carros de luxo, razão pelo qual os apostadores investiam grandes somas.

Redes sociais

Muito conhecido por conta das lojas em Canoas, ainda nesta terça-feira, o casal de influencers se pronunciou por meio das redes sociais sobre o episódio.

"Já estamos em casa, já prestamos nosso depoimento e, como vocês sabem, a gente é 100% regularizado. A gente não deve nem teme. A Polícia veio fazer o trabalho deles, a gente foi lá prestar esclarecimento", disse Pamela.

"Tudo o que foi pedido a gente esclareceu, para a gente ajudar na investigação, para ser mais rápido ainda o desenrolar", acrescentou Pieri.

Rifa é prática clandestina

A rifa é prática considerada clandestina e irregular. A legislação brasileira permite sorteios e rifas com venda de cotas somente para instituições filantrópicas e com autorização especial, via Loteria Federal. É considerada uma contravenção penal prevista no art. 50 e 51 do decreto lei nº 3688/1941.

(*) Colaborou: Leandro Domingos

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