"Cansei de caminhar com água na cintura", diz moradora ao usar caminhão das Forças Armadas

Com a expressão cansada de quem caminhou dois quilômetros e meio para tentar chegar em casa, o aposentado Amauri dos Santos chegou até a Estação Niterói, em Canoas, para observar somente que a água segue inundando a área em que vive.

“Estou em um abrigo de igreja há três semanas e tinha esperança de poder voltar, porque me disseram que a água baixou, mas não vou conseguir”, lamentou o aposentado de 61 anos.

Assim como Amauri, é grande a movimentação de moradores do bairro Rio Branco que tentam chegar em casa, mas não conseguem devido à inundação. Pensando em auxiliar a população, militares das Forças Armadas criaram um sistema de transporte por meio dos veículos.

A operação é simples: um caminhão para na esquina da Avenida Guilherme Schell com a Rua Boa Saúde e garante o transporte para quem precisa até a Praça da Igreja, na Rua Ana Nery.

No caminho, o veículo para nos pontos indicados para que os passageiros desçam, segundo os militares. Caso o morador queira ir até uma área mais distante onde o caminhão não consegue acessar, um barco está à disposição.

"A gente criou esta solução para auxiliar as pessoas e desde então tem funcionado muito bem", esclareceu um soldado à reportagem do DC.

Isaura Batista, 54 anos, elogia a iniciativa e conta que se valeu do transporte duas vezes, nesta semana, para conseguir chegar em casa.

“Cansei de caminhar com água pela cintura”, diz. “Minha casa está em um local onde a água baixou, mas para chegar lá eu tinha que caminhar um quilômetro e meio na água, mas agora peço ajuda ao Exército”.