Tem canoense na Fronteira Oeste. A artista Carini Pereira, 41 anos, apresenta nesta quarta-feira (27) a performance solo de dança “No escuro eu abro os olhos” na 26ª edição do Festival Internacional Dança Alegre Alegrete. A apresentação da diretora do grupo Art&Dança ocorre às 21 horas no palco principal do Largo do Centro Cultual de Alegrete.
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O espetáculo, com duração de aproximadamente 40 minutos, retrata uma figura feminina com vestimentas pretas. Por meio de coreografias de dança, a artista instiga para uma reflexão sobre a opressão feminina, mães solos, privação da liberdade e o luto.
“É uma manifestação artística em apoio as lutas por uma sociedade mais igualitária. No decorrer da apresentação vou incluindo elementos, como pernas de pau e asas de anjo. A escolha da cor preta trabalha a estranheza de um anjo utilizando essa coloração e também trabalha a relação das dores e do luto”, explica Carini.
A subjetividade e a reflexão são componentes de destaque no trabalho da canoense. A escolha do nome “No escuro eu abro os olhos” é um exemplo.
“Quando estamos no escuro conseguimos abrir os olhos. Já quando somos expostos à claridade forte não conseguimos. A ideia é fazer as pessoas pensarem fora da zona de conforto.”
Por meio de elementos cênicos e da sonoridade, a artista ressalta a expectativa para a apresentação em solo alegretense.
“Cada atuação é única e visa desacomodar o público, no sentido de surpreender. A interação com as pessoas que estão assistindo também faz parte, ou seja, é impossível reproduzir a mesma experiência.”
Embora o solo retrate temas considerados mais densos, a indicação é para todas as idades. “É classificação livre. Minha personagem não possui falas, ela se expressa através de movimentos corporais oriundos da trilha sonora composta especialmente para o show.”
Amor pela dança
Influenciada pela mãe, professora de dança, Carini fala sobre os vínculos com a arte e a dança desde a infância.
“O jazz foi a porta de entrada. Depois o hip hop foi outro gênero crucial na minha vida. Fui integrante de um grupo de hip hop de Cachoeirinha. Fiz licenciatura em dança. A dança contemporânea está intrínseca”, frisa.
A artista também destaca a importância da cultura do hip hop.
“Apresentei duas oficinas para alunos do 6º ao 9º do ensino fundamental de Alegrete. Para alguns foi o primeiro contato. Além da história, eles aprenderam passos de dança.”
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