O uso da energia elétrica sem o devido pagamento está, há décadas, ligado à falta de condições financeiras e impossibilidade de instalações adequadas, porém a má-fé de muitos consumidores acrescentou irregularidades na conta.
Foto: PAULO PIRES/GES
Eis que um levantamento recente da concessionária Rio Grande Energia (RGE) apontou Canoas novamente como a cidade que é a campeã de fraudes na área de concessão da empresa.
Canoas somou no ano pasado um total de 809 instalações irregulares, fazendo o papel de um fornecimento que deveria estar dentro das normas. São os populares “gatos” na rede elétrica.
O levantamento partiu das ações de combate a fraudes e furtos da concessionária. A RGE aponta que recuperou cerca de 24.000 Megawatts (MWh) desviados ilegalmente, somente no ano passado, na área de concessão da empresa.
Com o uso de tecnologia e apoio das autoridades policiais em operações especiais, a empresa aumentou em 20,4% a quantidade de energia recuperada em relação a 2022.
O resultado ressalta o compromisso da RGE em garantir um fornecimento justo e confiável para toda a sociedade. Além de ilegal, fraudar instalações ou furtar energia representam sérios riscos à segurança das pessoas, podendo causar instabilidade no fornecimento e pode ter reflexo da tarifa dos demais clientes.
No Rio Grande do Sul, equipes da distribuidora realizaram inspeções em residências, comércios e indústrias e regularizaram 6.171 instalações no ano passado.
O número de 809 irregularidades em Canoas representa um acréscimo percentual de quase 10% no comparativo com 2022, quando foram anotados 737 “gatos” durante as inspeções.
Segundo o diretor Comercial da CPFL Energia, Rafael Lazzaretti, a quantidade expressiva de energia recuperada é resultado de inspeções mais assertivas, impulsionadas pela aplicação de inteligência artificial no processo.
“O uso da tecnologia possibilita o acompanhamento do consumo e a sensoriamento remoto de irregularidades, contribuindo para a redução da reincidência e a diminuição do número de inspeções necessárias”, explica.
Outra tecnologia importante no combate às fraudes, aponta o diretor, é a blindagem das medições, inclusive nos grandes clientes, como indústrias e comércios. Isso porque os medidores com essa tecnologia são acessíveis apenas aos técnicos da empresa e proporcionam acompanhamento do consumo em tempo real, permitindo que a leitura e faturamento sejam realizados à distância.
“Só em 2023 blindamos cerca de 37.000 estabelecimentos das quatro distribuidoras da CPFL Energia”, conta Lazzaretti.
Denuncie
A RGE reforça que furto de energia é crime, pode trazer riscos à segurança das pessoas e prejudica diretamente a população com instabilidade no fornecimento de energia, pois ligações clandestinas sobrecarregam a rede, deixando o sistema de distribuição mais suscetível às interrupções. Quem for flagrado cometendo a irregularidade terá cobrados os valores retroativos referentes ao período em que deixou de pagar pelo fornecimento.
Além disso, as fraudes e furtos podem encarecer a conta de energia para todos. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) distribui parte dos prejuízos causados pelas “perdas comerciais”, como são denominadas as irregularidades, para a tarifa da distribuidora detentora da concessão da área, no momento das revisões tarifárias.
Clientes da RGE podem contribuir de forma sigilosa para o combate ao furto de energia, por meio dos canais disponibilizados pela concessionária. Denúncias podem ser realizadas pelo aplicativo “CPFL Energia”, disponível para todas as plataformas de dispositivos móveis, pelo site www.cpfl.com.br/fraude. Essa ação contribui para que a tarifa seja mais justa para todos os clientes.
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