Entre as cidades em que há abrigos para pessoas impactadas pela enchente, Canoas lidera o ranking: 22,5% das pessoas em abrigos mapeados pelo Estado estão no município. Ao todo, 17.276 pessoas estão morando em locais de acolhimento emergenciais na cidade.
Os dados fazem parte do levantamento da Secretaria de Desenvolvimento Social do Governo do Estado deste domingo (19).
O número se refere apenas a abrigos emergenciais oficialmente cadastrados. É o caso de escolas, ginásios, igrejas e universidades registradas nos municípios. Outra grande parte da população está alojada em casas de amigos e parentes.
De acordo com a Prefeitura de Canoas, aqui esta parcela da população passa de 84 mil. Ou seja: ao todo, mais de 100 mil pessoas foram forçadas a deixar seus lares na cidade.
Canoas registra o maior número de óbitos, 22, e também a maior quantidade de pessoas ainda desaparecidas – são 16.
Os impactos às estruturas que prestam serviços públicos à comunidade causam preocupação. Das 27 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), 19 foram perdidas. O Hospital de Pronto Socorro, 4 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e 4 Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) também foram inundados. Quase metade das escolas do município ficou embaixo d’água.
Segundo documento da Defesa Civil, a Prefeitura de Canoas fez a maior solicitação de recursos para assistência social e obras emergenciais: R$ 53,9 milhões foram requisitados no dia 10. Mas de acordo com o prefeito Jairo Jorge, essa é apenas uma parcela do que será necessário para reconstruir a cidade.
Também há preocupação em relação à arrecadação de ICMS que será perdida e à capacidade produtiva da cidade. Jorge estima que 40% do parque industrial de Canoas tenha sido afetado pelas cheias. “Mais de R$200 milhões serão necessários apenas para a reconstrução dos prédios públicos”, afirmou em entrevista à CNN.
Reconstrução
Na última sexta-feira (17), o Governo do Estado apresentou a proposta de construir cidades temporárias para abrigar o contingente de desalojados pelas enchentes. As cidades alvo do projeto são Canoas, Porto Alegre, Guaíba e São Leopoldo, que abrigam cerca de 60% do total de desabrigados no Rio Grande do Sul.
Segundo o vice-governador, Gabriel Souza, Canoas é o município mais avançado em relação à construção das cidades provisórias. “Já indicamos local e planta baixa em Canoas. Estamos atuando para montar essas instalações o quanto antes”, afirmou durante visita à Ulbra, em Canoas.
A proposta inicial é de que a cidade temporária seja montada no Centro Olímpico Municipal, em Canoas. A ideia é que a estrutura sirva para alojar as pessoas impactadas pela enchente por um período mais longo do que os abrigos provisórios. A Ulbra, local que recebeu mais desabrigados em Canoas, já trabalha em conjunto com a Prefeitura para encaminhar as pessoas a locais mais adequados para moradia.
Quando aos recursos financeiros solicitados, Jairo Jorge disse, em entrevista à CNN, que os valores ainda não chegaram aos cofres do município. “Mas confio que chegarão”, garantiu.
O prefeito também relatou ter conversado com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na manhã deste sábado (18).
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