Responsável por atender a maioria das urgências e emergências de Canoas, o Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC) permanece inundado desde que a tragédia atingiu Canoas no início do mês.
Coube ao Hospital Nossa Senhora das Graças absorver a demanda da população. Os atendimentos emergenciais saltaram de 80 para 250 por dia, segundo a casa de saúde, razão pelo qual foi necessário que o reforço da Força Aérea Brasileira.
Desde o último final de semana, passou a operar o Hospital de Campanha, formado por estrutura de guerra oriunda da Base Aérea de Canoas. São 50 profissionais, incluindo militares vindos de Santa Catarina, Rio de Janeiro e Brasília.
Atendendo diariamente das 8 às 18 horas, o hospital conta com estrutura para cirurgia, leitos de observação e medicação, raio-x, laboratórios de análises, oferecendo as especialidades clínica, ortopedia, pediatria, ginecologia, obstetrícia e psicologia.
Conforme o oficial no comando do Hospital, o major João Luiz Henrique da Silveira, o paciente passa por uma triagem inicial no Hospital Nossa Senhora das Graças para depois ser encaminhado à estrutura de campanha.
“Além do HPS, há três UPAs e 19 Unidades Básicas fora de operação devido à enchente”, frisa o major. “Houve a necessidade de se montar uma estrutura para absorver a demanda junto ao Graça e então criamos um hospital.
O oficial observa que a resposta da comunidade tem sido muito positiva, já que a população entende que a estrutura não é semelhante aquela habitualmente conhecida pela população.
“Há médicos que vieram de outros estados para ajudar em Canoas e esse reconhecimento da população é muito positivo para o desenvolvimento do trabalho”, avalia. “Todos aqui entendem a importância da missão em Canoas”.
Agasalho a quem precisa
Por atenderem em especial uma parcela da população que perdeu tudo devido à enchente, os militares acabam recebendo homens, mulheres e crianças com poucas peças de roupa diante das baixas temperaturas.
Eis a razão pela qual foram arrecadadas doações mantidas no Hospital de Campanha e distribuídas conforme a necessidade do paciente atendido, como explica o major João Luiz.
“Não é a nossa missão principal, mas estamos ajudando também neste sentido”, esclarece. “Se a pessoa chega aqui, com todo esse frio, usando só com uma camisetinha, a gente entrega agasalhos que reunimos com doações”, conclui.
LEIA TAMBÉM