Quase uma semana após a denúncia chegar até as autoridades, o lixo acumulado no Rio Gravataí, em Cachoeirinha, permanece sendo uma ameaça para água potável em Canoas. Isso porque os entulhos aglomerados em uma área quase no limite da cidade com Porto Alegre permanecem no local. O receio das autoridades é que a chuva possa empurrar o material rumo ao Guaíba e o Arroio das Garças, fonte de captação de Canoas.
Ao longo de toda a semana passada, autoridades e técnicos estiveram discutindo soluções para dar fim ao lixo descartado indevidamente que acabou no leito do rio. O problema, contudo, não tem solução fácil. Prefeito de Cachoeirinha, Cristian Wasem autorizou a convocação de um comitê de emergência para garantir ações imediatas para o problema. A primeira medida adotada foi a colocação de barreiras de contenção para impedir que o lixo saia do local.
“O Rio Gravataí corta nove municípios, tem 39 km de extensão e uma importância inestimável à nossa população. É dever de todos os cuidados com as águas e a proteção do meio ambiente, de maneira que não vamos poupar esforços para conscientizar a todos, para responsabilizar infratores e para impedir que esta situação se repita”, afirmou Cristian.
Secretário adjunto da Defesa Civil de Canoas, Igor Sousa está acompanhando de perto a situação no Gravataí. Ele aponta que a situação é “delicada”. O problema é que máquinas não tem acesso por terra pelo dique e o acesso forçado poderia acabar rompendo a barragem e criando uma situação de risco à população da cidade.
“O trajeto para retirada do material só é possível por água. Não tem como máquinas acessarem o local. Não há como uma retroescavadeira se aproximar”, explica. “A solução mais viável que surgiu até agora é o uso de embarcações para retirar o lixo do local. A ideia é fazer um mutirão entre os municípios fazer a retirada do material”.
A parceria do mutirão entre municípios ainda aguarda a aprovação do prefeito Cristian Wasem para ser concretizada, mas, ao que tudo indica, o próprio prefeito já teria se mostrado a favor da solução apontada. Até que a retirada do lixo seja concretizado, o risco continua para cidades vizinhas de Cachoeirinha.
“O risco existe deste material deixar Cachoeirinha e acabar em Porto Alegre e Canoas, então estamos muito atentos ao trabalho e vamos usar um barco nosso mesmo no auxílio da retirada”, esclarece Igor. “É a solução mais rápida a ser empregada, até porque não exigiria um contrato de empresa ou licitação. O problema exige urgência”.
Como tudo começou?
O caso de lixo acumulado no Rio Gravataí veio à tona na última segunda-feira (6), quando denúncias dos moradores de Cachoeirinha levaram autoridades do meio ambiente até uma área com cerca de 100 metros tomada por entulhos. São milhares de garrafas de plástico, embalagens de leite e iogurte, latas de sardinha e inseticidas, lâmpadas e pneus boiando na água.
Todo o material acumulado sobre parte do dique de Cachoeirinha acabou represado devido à estiagem, apontaram especialistas. Isso porque o lixo estava descendo o leito do rio pela correnteza. Como o nível do Gravataí baixou, os resíduos acabaram barrados pela vegetação. Caso chova, seguirão caminho até o Guaíba e o Arroio das Garças, em Canoas.
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