Investigação
Bandidos impedem técnicos de trabalhar em Canoas
Segundo a Polícia Civil, criminosos do bairro Mathias Velho estariam fazendo ameaças e tirando fotografias de profissionais da concessionária RGE para "marcá-los". Delegado Marco Guns aponta que policiais também estariam na mira. Canal de denúncia foi criado pela 1ª Delegacia de Polícia (DP) para colocar a comunidade em contato direto com a polícia. "Nós vamos atrás de cada um deles", avisa Guns
Última atualização: 02/02/2024 14:33
A Polícia Civil (PC) em Canoas iniciou uma investigação em torno de ameaças que estariam sendo recebidas por profissionais ligados a serviços públicos. Eles estariam sendo impedidos de exercer determinados serviços por bandidos.
Os casos estão sendo registrados no bairro Mathias Velho e chegaram ao conhecimento da polícia por meio de uma requisição do Ministério Público (MP) encaminhada por empresas e prestadoras de serviços, segundo o delegado Marco Guns, que responde pela 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Canoas.
Ele aponta que o maior problema teria acontecido com profissionais ligados a concessionária Rio Grande Energia (RGE), que não estão mais conseguindo executar serviços em determinados pontos do bairro Mathias Velho sem o acompanhamento de policiais.
"Eles são ameaçados por criminosos ao chegar no local", explica. "Eles estão até fotografando os técnicos para marcá-los e possivelmente ameaçá-los posteriormente, provavelmente pelas redes sociais. Imagino que entendem que ninguém mais tem a permissão de cortar uma luz no Mathias Velho".
Na avaliação do delegado, o assunto é muito sério. Isso porque para além de serviços considerados mais simples, como o corte e a ligação de energia elétrica em uma unidade, a empresa também responde pela manutenção de equipamentos complexos que mantém o sistema em operação.
"Em determinados pontos do bairro Mathias Velho, em especial na área do beco das antenas, há inúmeros gatos na rede de energia, que podem causar problemas, como um curto-circuito, a qualquer momento. O risco é enorme para as pessoas", frisa. "Agora, imagine se os profissionais da concessionária passarem a se sentir em risco para atender a área? Como vão ficar as pessoas quando faltar luz?"
Trabalho
O delegado garante que a Polícia Civil está desenvolvendo um trabalho em parceria com a concessionária Rio Grande Energia de maneira a acabar com o problema. Até porque também os policiais da 1ª DP, ao cumprirem uma diligência, na semana passada, acabaram fotografados.
"Nós vamos atrás de cada um deles", avisa. "Porque não é possível deixar que esta situação continue. Sabemos que as fotografias tiradas de técnicos e policias hoje circulam no meio do tráfico e não vamos permitir qualquer tipo de ameaça".
1ª Delegacia cria novo canal de denúncias
Como medida imediata para auxiliar a comunidade que, em sua avaliação, vem se tornando refém de criminosos, o delegado Marco Guns criou um canal de denúncias direto e exclusivo de WhatsApp para os moradores do bairro Mathias Velho. A partir de agora, a população pode entrar em contato com a 1ª Delegacia de Polícia (DP) pelo (51)98402-2327.
"A nós, não interessa se a pessoa vai criar um perfil falso ou como vai fazer para entrar em contato e denunciar. Só o que queremos é que as informações cheguem. Que X, Y ou Z, que se consideram lideranças, sejam identificados e, a partir disso, investigados e presos. Porque a comunidade não pode se tornar refém de organizações criminosas".
Mais violência
Foi em maio do ano passado que, durante uma operação no bairro Mathias Velho, dois Policiais Militares (PMs) acabaram sendo baleados por criminosos. Na época, a Brigada Militar (BM) já executava uma ação mirando conter a violência na cidade. Contudo, a situação piorou muito desde então.
Canoas vive seu começo de ano mais violento desde 2017. Foram 30 mortes somente nos primeiros 60 dias do ano. O número representa quase a metade do montante somado ao longo de todo o ano passado na cidade, quando morreram 63 pessoas. A maioria dos homicídios se concentra nos bairros Mathias Velho, Harmonia e Guajuviras.
Empresa preferiu não comentar
Por meio de sua assessoria de comunicação, a concessionária Rio Grande Energia informou que não iria se manifestar sobre o assunto.
A Polícia Civil (PC) em Canoas iniciou uma investigação em torno de ameaças que estariam sendo recebidas por profissionais ligados a serviços públicos. Eles estariam sendo impedidos de exercer determinados serviços por bandidos.
Os casos estão sendo registrados no bairro Mathias Velho e chegaram ao conhecimento da polícia por meio de uma requisição do Ministério Público (MP) encaminhada por empresas e prestadoras de serviços, segundo o delegado Marco Guns, que responde pela 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Canoas.
Ele aponta que o maior problema teria acontecido com profissionais ligados a concessionária Rio Grande Energia (RGE), que não estão mais conseguindo executar serviços em determinados pontos do bairro Mathias Velho sem o acompanhamento de policiais.
"Eles são ameaçados por criminosos ao chegar no local", explica. "Eles estão até fotografando os técnicos para marcá-los e possivelmente ameaçá-los posteriormente, provavelmente pelas redes sociais. Imagino que entendem que ninguém mais tem a permissão de cortar uma luz no Mathias Velho".
Na avaliação do delegado, o assunto é muito sério. Isso porque para além de serviços considerados mais simples, como o corte e a ligação de energia elétrica em uma unidade, a empresa também responde pela manutenção de equipamentos complexos que mantém o sistema em operação.
"Em determinados pontos do bairro Mathias Velho, em especial na área do beco das antenas, há inúmeros gatos na rede de energia, que podem causar problemas, como um curto-circuito, a qualquer momento. O risco é enorme para as pessoas", frisa. "Agora, imagine se os profissionais da concessionária passarem a se sentir em risco para atender a área? Como vão ficar as pessoas quando faltar luz?"
Trabalho
O delegado garante que a Polícia Civil está desenvolvendo um trabalho em parceria com a concessionária Rio Grande Energia de maneira a acabar com o problema. Até porque também os policiais da 1ª DP, ao cumprirem uma diligência, na semana passada, acabaram fotografados.
"Nós vamos atrás de cada um deles", avisa. "Porque não é possível deixar que esta situação continue. Sabemos que as fotografias tiradas de técnicos e policias hoje circulam no meio do tráfico e não vamos permitir qualquer tipo de ameaça".
1ª Delegacia cria novo canal de denúncias
Como medida imediata para auxiliar a comunidade que, em sua avaliação, vem se tornando refém de criminosos, o delegado Marco Guns criou um canal de denúncias direto e exclusivo de WhatsApp para os moradores do bairro Mathias Velho. A partir de agora, a população pode entrar em contato com a 1ª Delegacia de Polícia (DP) pelo (51)98402-2327.
"A nós, não interessa se a pessoa vai criar um perfil falso ou como vai fazer para entrar em contato e denunciar. Só o que queremos é que as informações cheguem. Que X, Y ou Z, que se consideram lideranças, sejam identificados e, a partir disso, investigados e presos. Porque a comunidade não pode se tornar refém de organizações criminosas".
Mais violência
Foi em maio do ano passado que, durante uma operação no bairro Mathias Velho, dois Policiais Militares (PMs) acabaram sendo baleados por criminosos. Na época, a Brigada Militar (BM) já executava uma ação mirando conter a violência na cidade. Contudo, a situação piorou muito desde então.
Canoas vive seu começo de ano mais violento desde 2017. Foram 30 mortes somente nos primeiros 60 dias do ano. O número representa quase a metade do montante somado ao longo de todo o ano passado na cidade, quando morreram 63 pessoas. A maioria dos homicídios se concentra nos bairros Mathias Velho, Harmonia e Guajuviras.
Empresa preferiu não comentar
Por meio de sua assessoria de comunicação, a concessionária Rio Grande Energia informou que não iria se manifestar sobre o assunto.
A Polícia Civil (PC) em Canoas iniciou uma investigação em torno de ameaças que estariam sendo recebidas por profissionais ligados a serviços públicos. Eles estariam sendo impedidos de exercer determinados serviços por bandidos.