CANOAS

Após 30 dias, bairro Mathias Velho, enfim, secou

Prefeito de Canoas, Jairo Jorge aponta que bombas vindas de São Paulo garantiram o escoamento que pode ser visto neste domingo

Publicado em: 02/06/2024 15:57
Última atualização: 02/06/2024 17:54

Quem tentou circular pela Avenida Boqueirão, no sentido bairros-centro, sabe que não foi fácil, já que o movimento de carros é enorme na via em direção ao bairro Mathias Velho. Isso porque o Mathias, enfim, secou.

Porta de entrada para o bairro Mathias Velho, Avenida Rio Grande do Sul tem enorme circulação de veículos neste domingo (2) Foto: LEANDRO DOMINGOS/GES-ESPECIAL

O recuo das águas do Rio dos Sinos representa um recomeço para a maior parcela da população que permanece há 30 dias longe de casa, razão pelo qual o movimento com baldes de água e rodos é intenso na Avenida Rio Grande do Sul.

“Parece que o Mathias Velho não secaria nunca”, comentou a comerciante Laura Oliveira. Ela passou o domingo inteiro lavando a loja de artigos femininos que mantém há duas décadas. “Estragou tudo, mas o prédio é meu e vou me reerguer”, disse otimista a trabalhadora de 54 anos.

Após também formar uma montanha de entulhos com os pertences perdidos, Natanael Santos aproveitou o sol deste domingo para começar a tirar a lama acumulada na residência em que vivia com a mulher e o pequeno Pedro de apenas quatro meses.

“Acho que vai levar um mês a limpeza”, desabafa o operário de uma gráfica. “Mas o importante é que está todo mundo bem. Porque muita gente perdeu muito mais que os móveis nesta enchente”, completa.

Trabalho

Quem comemora a melhora na situação do bairro Mathias Velho é o prefeito Jairo Jorge, que ressaltou, logo no início da manhã deste domingo, por meio das redes sociais, que o Mathias estava seco.

“É uma primeira vitória importante, porque era um ponto crítico. Agora, estamos focando nos bairros Fátima e Rio Branco”, disse Jairo, apontando bairros onde ainda há água acumulada.

Na avaliação do prefeito, a área junto à Casa de Bombas 6, onde aconteceu o rompimento do dique, não tem mais água empoçada em função do trabalho das bombas flutuantes da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

“Os equipamentos da Sabesp começaram a operar na sexta-feira”, destacou. “E para que as bombas fossem colocadas no ponto necessário, foi preciso construir uma estrada de acesso de 2,7 quilômetros”.

Ao todo, Canoas recebeu oito bombas flutuantes, segundo a prefeitura, sendo que quatro seguem em operação no bairro Rio Branco, outro dos mais atingidos pelas cheias.

A administração aponta que as bombas em operação na cidade, juntas, retiram 10 mil litros de água por segundo. Por meio de uma tubulação, a água foi escoada diretamente para os rios.

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