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SAÚDE

Auditoria denuncia dívidas e risco de falta de insumos

Semana a semana, equipes monitoram estoques para evitar colapso no Hospital Universitário

Publicado em: 18/03/2024 às 10h:08 Última atualização: 18/03/2024 às 10h:09
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A saúde em Canoas tem um histórico complexo, com déficits que se arrastam há anos e resultam em incertezas quanto à manutenção dos serviços que são prestados aos canoenses e a pacientes de mais de 150 municípios. No Hospital Universitário de Canoas (HU) a dificuldade em cumprir os compromissos com a folha de pagamento e com os fornecedores dos insumos necessários para manter o funcionamento do hospital amenizou com a liberação da conta bancária, pela Justiça do Trabalho de Colatina, Espírito Santo, determinada na quinta-feira (14).

A queda de braço entre Simers e Prefeitura continua



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Foto: LAIRA SOUZA/PMC

O dinheiro estava inacessível desde 19 de fevereiro em razão de uma ação trabalhista ajuizada contra a antiga gestora hospital, a Fundação Educacional Alto Médio São Francisco (Funam). O acesso aos quase R$ 1,5 milhão ainda depende deliberação. “Agora aguardamos o alvará de disponibilização do valor, que leva um pouco de tempo, mas nas próximas horas, no máximo até segunda-feira (hoje) estará resolvido”, afirmou o secretário municipal da Fazenda, Luis Davi Vicensi, que também é interventor no HU.

O secretário acredita ser difícil que novos bloqueios ocorram, ainda que isso não esteja descartado. “Não temos garantia nenhuma de que possa haver um novo bloqueio, pois depende de juiz para juiz. Caso tenha uma outra ação como essa, de mais de R$ 60 milhões, se não tiver saldo nas contas deles pode recair na conta do HU”.

Dívida de R$ 50 milhões

No Hospital Universitário de Canoas (HU), que tem dívidas na ordem de R$ 50 milhões e problemas graves como a dificuldade de manter os estoques em dia, com os insumos necessários para os atendimentos à população, o planejamento no curto prazo é a estratégia adotada pelo diretor-geral Paulo Nader.

“Apesar das adversidades, estamos conseguindo manter a folha de pagamento e negociar com os fornecedores para manter o HU funcionando”, explica. “Todas as quintas-feiras verificamos o que há em estoque e fazemos um provisionamento para sete ou dez dias”, explicou, acrescentando que para essa semana o estoque está garantido, inclusive com as OPMEs (órteses, próteses e materiais especiais), que são os insumos necessários para as cirurgias cardíacas e traumatológicas.

Além de driblar as dificuldades financeiras que se tornaram a normalidade nos últimos tempos, neste mês de março as dificuldades foram agravadas com o bloqueio da conta do HU.

Demissões e cortes

“Estamos, aos poucos, colocando o hospital na linha”, afirmou o diretor geral do HU, Paulo Nader. De acordo com ele, houve redução nos cargos administrativos, o que gerou uma economia mensal de R$ 300 mil. Além disso, foram renegociadas dívidas de gás e água, por exemplo, projetando uma economia anual de R$ 5 milhões.

O HU ainda possui uma dívida de R$18 milhões de obrigações trabalhistas não repassadas, sendo que R$ 4,4 milhões se referem ao FGTS que foram descontados dos servidores do hospital e não foram depositados pelos gestores anteriores.

“Quanto ao FGTS, foi feira uma negociação com o governo federal e assim que a conta desbloquear, os depósitos serão feitos”, informou o diretor-geral.

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