Olho na bomba
Após manter o preço da gasolina estabilizado por duas semanas, Canoas vive rumores de alta
Litro do combustível comum pode ser visto a R$ 5,89 na maioria dos postos; alguns estabelecimentos têm preço promocional a R$ 5,79
Última atualização: 23/06/2024 16:08
O motorista desacelera ao chegar no posto e encosta ao lado da bomba. Baixa o vidro do carro e pergunta: “Vai aumentar a gasolina?” Frentista responde que não sabe. Então o condutor larga: “Então coloca só R$ 30 da comum”.
Os rumores de um novo aumento dos combustíveis criam certa ansiedade em Canoas, embora o preço de R$ 5,89 pelo litro da gasolina comum há duas semanas.
Em alguns estabelecimentos, observou a reportagem na tarde deste domingo (23), é possível achar o litro do combustível comum a um preço promocional de R$ 5,79 ou até R$ 5,69, dependendo do tipo de promoção.
Existe razão, no entanto, para que a alta seja temida. Em alguns postos do Vale dos Sinos, o combustível que, antes do final de semana, custava R$ 5,89 passou a custar R$ 5,99 sem maiores avisos.
Para o aposentado Wladimir Sampaio, 59 anos, caso aumente dez centavos, já é uma perda enorme para a população que ainda vive em estado de choque devido às enchentes que atingiram o Estado.
“É o pior momento do mundo para aumentar a gasolina”, reclama. “Muitos negócios faliram e a maioria das pessoas está recém se erguendo de novo, então não dá para assimilar a necessidade de um aumento agora”.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) não divulgou qualquer informação sobre um aumento, o que torna mais injustificada uma alta na avaliação dos motoristas.
Carla Macedo opina que, caso suba, é porque os cartéis que controlam as grandes redes de postos querem faturar mais diante das perdas que tiveram durante o período das cheias.
“Teve posto que fechou na época da enchente e não voltou mais a abrir”, disse a professora de educação física de 38 anos. “Se subirem agora, é porque as redes querem tirar o atraso dos prejuízos que tiveram”, completa.
Frentista de um posto na Avenida Getúlio Vargas, Naor Nogueira, 29 anos, disse que a estabilização tem sido boa em especial para quem trabalha nos postos, já que há semanas não se escutam reclamações.
“Lembro que no ano passado mudava o preço uma vez por semana”, aponta. “Mantendo o preço assim o pessoal se mantém mais calmo e tem gente que até enche o tanque, que antes era coisa raríssima de acontecer”.