SOLIDARIEDADE
Após incêndio, família da Mathias recebe doações
O grupo de Canoas depende de donativos para recomeçar a vida
Última atualização: 08/01/2024 10:09
A adolescente grávida, vítima do incêndio que consumiu a casa de três famílias, no bairro Mathias Velho, em 23 de dezembro, deve ter o bebê nos próximos dias. Recomeçar a vida não está sendo fácil. Camilli Eduarda Rocha Oliveira está na casa da avó, ocupando um dos cômodos cedidos para que ela, os pais e os três irmãos tenham onde ficar enquanto reorganizam a vida depois de perderem tudo o que tinham.
A família está dependendo de doações. "Somos agradecidos por todas as doações que chegaram. Ganhei algumas roupinhas, mas estou muito triste, porque meu bebê não tem nada para recém-nascido. E ele tinha tudo", afirma. Camilli relata que tanto ela quanto a criança estavam com os respectivos quartos totalmente prontos para a chegada de Noah Ravi.
"O quartinho dele tinha tudo novo. O guarda-roupas tinha sido montado dois dias antes. Tinha fraldas, todos os presentes do chá de bebê e umas roupinhas que tinha acabado de ganhar da minha sogra. Não consegui salvar nada", relata.
Na casa que incendiou a família também tinha o local de trabalho, pois fazem salgados para vender. Lucimara Alves da Rocha e Edson de Oliveira, os pais de Camilli, estavam se preparando para comercializar açaí, aproveitando a chegada do calor.
Conforme relato da adolescente, no momento, o sustento vem do que produzem para vender em padarias. O pai do bebê (17 anos) ajuda no que pode, mas ganha pouco. A expectativa é que Noah não chegue antes do final do mês, para o mínimo de organização. "Que a nossa vida volte logo ao normal".
No dia em que a casa em que Camilli vivia com a família pegou fogo, por volta das 9h, a adolescente grávida tinha tido uma noite difícil, sentindo algumas dores. "Fui dormir 7 horas da manhã e duas horas depois acordei com a fumaça entrando no meu quarto", conta.
O primeiro impulso foi ir ao quarto do irmão mais novo, de 12 anos. Além dos dois, estava em casa outro irmão, de 17 anos. "O mais velho se feriu. Queimou bastante as costas. Ele foi me procurar no quarto e demorou a sair", relembra. Camilli conta que os vizinhos ajudaram os irmãos a saírem do segundo andar da casa. "Fizeram uma escada humana e conseguimos nos salvar. Meu irmão ainda pegou o celular, mas eu não tive tempo de pegar nada", relata, lembrando que a bolsa para a maternidade, dela e do bebê, também já estava pronta.
A mãe de Camilli, Lucimara, diz que "Graças a Deus os documentos de Camilli estavam na casa da avó. Assim consegue receber atendimento médico sem transtornos".
Ajuda da comunidade é bem-vinda
No dia em que a equipe do Diário de Canoas fez a entrevista com a adolescente Camilli, profissionais da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) fizeram a entrega de alimentos e móveis como camas, cadeiras e sofá, para a família dela e para as vítimas das duas outras casas que também foram consumidas pelo fogo.
A secretária da SMAS, Luísa Camargo, informa que a entrega dos itens contou com o apoio de doações da comunidade. Foram entregues roupas, calçados, itens de higiene e limpeza, alguns móveis e utensílios domésticos. "A solidariedade ainda é o melhor remédio para os momentos difíceis que qualquer um de nós corre o risco de viver", declarou.
Quem puder ajudar, especialmente com materiais de construção, pode fazer contato com a SMA (51) 3236 2527, ou com a Defesa Civil de Canoas onde podem ser entregues os donativos na sede do órgão, na rua Bandeirantes, 450, no bairro Nossa Senhora das Graças. Ainda é possível agendar a busca, pelos telefones (51) 3476-3400 ou (51) 99322-5764.