Às vésperas das eleições, um problema social que atinge Canoas há anos volta a ganhar destaque devido ao pleito: a presença de usuários de crack no combalido “prédio da Metrovel” às margens da BR-116.
Uma das áreas de maior movimentação de Canoas, o entorno do viaduto tornou-se, novamente, nesta eleição, um local medido a centímetros por quem busca votos por ser de grande concentração de motoristas.
Os populares bandeiraços e a panfletagem são organizados, principalmente, durante os finais de tarde, período em que o local é conhecido pelas longas e demoradas filas no tráfego.
Conforme a informação confirmada pela reportagem, há circulação de pessoas após o horário das cinco horas. São homens com perfis de pessoas em situação de rua. Acabam sendo vistos entrando e saindo do prédio seguidamente.
“Entreguei panfletos um dia até mais tarde e deu medo”, relata Ana Maria Alves Costa. Desemprega, a moradora do bairro Fátima de 52 anos contou que aceitou o serviço para ajudar em casa.
“Eu continuo trabalhando, porque preciso, mas ali, depois que escurece, não vou mais, porque é perigoso”, afirma. “Eles entram com garrafas de bebida e mochilas nas costas. A gente sabe que coisa boa não é”.
No local, um frentista do posto de combustíveis aponta que a movimentação na área não acontece no dia a dia, porém no “noite a noite”. Isso ocorre em especial nos dias mais quentes.
“Tem um bando de malucos que se metem ali dentro”, reclama Sérgio Garcia. “Eles sumiram durante uma época, mas voltaram depois que passou aquela confusão dos alagamentos”, acrescenta o trabalhador de 36 anos.
Movimentação
Funcionária de uma loja que fica a 300 metros do local, Luciana Marinho relata que há uma semana e meia, o Samu acabou sendo acionado para resgatar um homem que passou mal no prédio.
“Encheu de viaturas e a ambulância levou”, relata a trabalhadora de 44 anos. “Não sei se está vivo ou morto, o que sei é que estava indo para casa e estava cheio de gente para tirar o cara do prédio”.
Pandemia
O problema é antigo, porém foi em plena pandemia, lá pela metade de 2021, que o endereço na Avenida Getúlio Vargas 4.562 passou a ser alvo de críticas por passar a ser habitado pela população em situação de rua.
Em ruínas, o prédio já recebeu notificação para ser demolido. Inclusive chegou a ser cercado, porém, nada aconteceu. A reportagem do DC tentou conversar com os donos do prédio, contudo não houve retorno.
Policiamento
Diante do quadro, o comandante do 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM), Clóvis Ivan Alves, confirmou que a Brigada Militar (BM) intensificará as rondas na área visando monitorar se há consumo de drogas no local.
“Vamos ajustar atenção a área”, avisa.
A Brigada Militar concentra esforços para as eleições de domingo, quando todo o efetivo de Policias Militares (PMs) do quartel será destacado para atuar no entorno de escolas e áreas de votação.
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