Trânsito
ALERTA: Acidentes com lesões no trânsito em Canoas cresceram 30% no primeiro bimestre
Motociclistas representam 83% dos acidentados, conforme levantamento da Secretaria de Transportes e Mobilidade
Última atualização: 26/03/2024 15:38
Os acidentes de motocicleta voltam a causar preocupação em Canoas. Isso porque houve o aumento no número de lesões ligados aos sinistros, conforme alerta da Secretaria de Transportes e Mobilidade.
Embora tenha ocorrido uma redução no número de sinistros de trânsito, passando de 749 casos no primeiro bimestre de 2023 para 644 no mesmo período de 2024, uma análise mais profunda revela uma situação preocupante.
É que cresceu o número de lesões como consequência das ocorrências. No primeiro bimestre do ano passado, foram 251, enquanto, em 2024, esse número aumentou significativamente para 328.
O acréscimo percentual de 31% torna-se mais grave ao se levar em conta que os motociclistas representam 83% do total de condutores feridos durante acidentes neste início do ano. Antes, eles representavam 65%.
Na avaliação do responsável pela Secretaria de Transportes e Mobilidade, Leandro Machado, os dados são alarmantes já que por trás dos números estão mutilações e amputações de pés, pernas e braços.
“O motociclista tem como para-choque o próprio corpo, o que é sempre delicado quando se trata de acidente de trânsito”, adverte. “Tivemos uma morte neste início do ano, mas diante do quadro, poderia ter sido ainda pior”.
Atento a fiscalização, Machado observa que a quase totalidade dos acidentes está ligada a algum tipo infração e imprudência. A maioria das situações, ele adverte, são criadas pelos próprios condutores de moto.
“O excesso de velocidade, a travessia em sinal vermelho e o falta de sinalização pisca ao fazer uma manobra acabam sendo os exemplos mais comuns como consequência de um acidente de moto em Canoas”, esclarece.
O risco assumido pelos motoristas acaba ficando claro ao se puxar o histórico das vítimas, nota o secretário. Isso porque a maioria tem infrações anteriores para comprovar que estava se arriscando.
“Se o motorista de um carro não dá o pisca, pode causar um acidente e, dependendo a circunstância, acabar ferido, mas ele está bem mais protegido dentro do carro”, reforça. “O motociclista, por outro lado, pode morrer na hora”.
Mais motocicletas
Ao todo, Canoas anotou 1.701 acidentes de trânsito ao longo do ano passado. O número representa um aumento de 15% no comparativo com 2022, quando 1485 acidentes foram registrados. Foram 13 mortes em 2023.
Diante dos números, a Secretaria de Transportes está iniciando um trabalho visando mitigar o impacto dos acidentes. O secretário aponta que as blitz educativas mirando a conscientização foram ampliadas tendo em vista, principalmente, aqueles profissionais que trabalham nas tele-entregas.
“Inicialmente tentamos entender as causas dos acidentes para então trabalhar em cima”, argumenta. “Não há uma via em si que seja responsável pela maioria dos acidentes. São casos pontuais em vias distintas, porque no cerne do problema está a imprudência”.
O problema também estaria diretamente relacionado a frota de veículos. Porque se o número de carros cresceu 11% nos últimos anos, aponta Machado, o número de motos aumentou em 17%, reflexo da queda do poder econômico e pandemia.
Canoas conta com uma frota de 35.337 veículos motorizados sobre duas rodas emplacados na cidade, segundo levantamento do IBGE. São 30.269 motocicletas, 4.835 motonetas e 233 ciclomotores.
“Há muita gente com moto e isso tem como consequência também a probabilidade maior de acidentes de trânsito”, destaca. “Até porque há inclusive condutores sem habilitação, que tiram uma moto a prazo na loja e se aventuram a fazer entregas em Canoas para pagá-la”.