Ainda neste mês, a Prefeitura de Canoas deve divulgar o relatório da análise dos recursos, dívidas e possíveis irregularidades nas contas dos hospitais Universitário (HU), Nossa Senhora das Graças (HNSG), Pronto Socorro (HPSC) e na Secretaria Municipal da Saúde, conforme foi solicitado pelo prefeito em exercício Nedy de Vargas Marques (Avante).
Foto: PAULO PIRES/GES
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Em reunião recente, Nedy afirmou ao presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcos Rovinski, e ao vice-presidente da entidade, Marcelo Mathias, que essa auditoria visa não apenas à transparência, mas também à reorganização financeira necessária para enfrentar os desafios do setor da saúde no município.
De acordo com o secretário municipal da Fazenda, Luís Davi Siqueira, que também participou do encontro, os representantes do Simers fizeram algumas críticas à gestão da saúde, especialmente no que se refere ao atraso no pagamento de médicos que trabalham em Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs) e no Hospital Nossa Senhora das Graças. “Essas pautas já estavam resolvidas. Mas, de qualquer forma, eles reafirmaram o pedido para não ocorram novos atrasos”.
À equipe do Simers, os secretários da Fazenda e da Saúde, Jurandir Maciel, e os diretores dos três hospitais de Canoas apresentaram um panorama da área no município, detalhando as dívidas herdadas da gestão anterior e as medidas implementadas até agora para qualificar a saúde de Canoas.
Foi informado que, no HU, o levantamento parcial aponta uma dívida de R$ 42 milhões, deixada pela gestão passada, enquanto que no HNSG os valores pendentes chegam a R$ 5 milhões. O valor da dívida do Hospital de Pronto Socorro ainda não foi informado.
“A equipe do sindicato médico saiu satisfeita do encontro, destacando o diálogo transparente. Eles se coloraram à disposição para interlocuções que estejam voltadas ao trabalho de enfrentar os desafios da saúde em Canoas”, afirmou Siqueira.
O secretário salientou que ao apresentar toda a situação financeira, os visitantes puderam confirmar que os pagamentos estão em dia. “As dívidas deixadas pela gestão anterior serão administradas com responsabilidade e com foco em honrar todos os compromissos”, ressaltou.
O relatório está sendo elaborado pelo Comitê de Reorganização dos Serviços Hospitalares do Município.
Mais repasses do governo do Estado
O panorama financeiro da saúde no município teve uma leve melhora com o aumento dos recursos do programa de incentivos hospitalares Assistir, do governo estadual.
Segundo o secretário municipal da Fazenda, Luís Davi Siqueira, a parcela mensal repassada ao Hospital de Pronto Socorro, por exemplo, passou de R$ 540 mil para R$ 1,2 milhão e, no Hospital Universitário, de R$ 1,1 milhão para R$ 1,9 milhão. No Hospital Nossa Senhora das Graças o valor do repasse permaneceu o mesmo, em torno de R$ 700 mil.
De acordo com o secretário, houve melhora nas projeções, mas os valores perdidos ainda são altos. “Tínhamos uma perda R$ 85 milhões, que agora ficou em R$ 70 milhões”. O município busca meios de ampliar os serviços para obter mais recursos estaduais. Os 31 leitos entregues no HNSG, na semana passada, são um exemplo.
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