Na esperança de um reencontro com seus donos ou do acolhimento em um novo lar, mais de mil cães aguardam no abrigo Pata Molhada, no bairro Marechal Rondon. Inicialmente, um alojamento foi improvisado na saída do viaduto da Mathias Velho para os animais resgatados.
Os 600 cães que ainda estão no local devem ser levados ao novo abrigo até esta quinta-feira (30). Toda a iniciativa partiu da mobilização de voluntários. “Tomou essa proporção gigantesca. Chegamos a ter 3 mil cachorros lá”, conta uma das coordenadores do espaço, Roberta Merten, 42 anos.
O abrigo é independente e a principal demanda no momento é por voluntários e doações. O espaço foi cedido por um empresário, e uma vaquinha foi criada. A meta atual é conseguir remunerar os profissionais que atuam de forma fixa. “Esperamos que o poder público envie mão de obra ou dê verba para manter a equipe. As pessoas trabalhando aqui também perderam tudo e precisam ser remuneradas. Não é mais situação de voluntariado”, argumenta Roberta.
Voluntários vieram até de outros estados. A estudante de medicina veterinária Yasmin da Silva, 23, chegou de Cuiabá no último domingo. “Precisamos de muita ajuda manual, para conseguir dar atenção aos cachorros”, relata. Pessoas em privação de liberdade, acompanhadas da Polícia Penal, também estão trabalhando no abrigo.
Nesta quarta-feira (30), a primeira-dama da cidade de São Paulo, Regina Nunes, visitou o local. Segundo ela, profissionais da guarda municipal de lá serão disponibilizados. Servidores do IBAMA também estiveram no abrigo para auxiliar em demandas dos animais.
O abrigo também está em busca de vacinas polivalentes V10 para imunizar os animais — inclusive contra a leptospirose. Segundo a Prefeitura, a equipe de Bem-Estar Animal disponibilizou doses nesta quarta-feira para os animais do local. A coordenação do Pata Molhada afirma que a imunização com vacinas da Prefeitura não foi feita neste momento por questões técnicas, mas deve ser feita na próxima semana.
Em busca do seu melhor amigo
Diariamente, muitas pessoas visitam o Pata Molhada em busca de bichinhos perdidos na enchente. O local fica aberto para visitas das 10 às 19 horas. Na manhã desta quarta-feira (29), Normélia da Silva estava atrás de sua cachorrinha Mel. “Estive no abrigo da Ulbra, no Bem-Estar Animal e na Mathias. Não sei onde está minha cachorra, ela era muito bonita e dócil, ia com todo mundo. Não sei se alguém viu ou pegou ela”, lamenta.
Nas redes sociais, fotos e vídeos dos cachorros são postados em uma tentativa de reunir tutor e pet. Em alguns casos, a rede virtual já teve sucesso nestes reencontros.
Pessoas dispostas a acolher animais de forma temporária também podem entrar em contato pelo perfil de Instagram. De acordo com Roberta, os animais vão para casa com casinha, cama e mantimentos.
Para mais informações e para fazer doações, acesse o perfil @patamolhada_oficial no Instagram.
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