Mais de 52 mil canoenses são considerados hipertensos. O dado foi divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS). No segundo semestre de 2022, mais de 15 mil pessoas foram a uma das 28 unidades de saúde do município para medir a pressão ao menos uma vez.
Esse acompanhamento, conforme Paulo Nogueira, enfermeiro e gestor da Unidade Básica de Saúde (UBS) Niterói, é fundamental. “O hipertenso precisa acompanhar a doença durante toda a vida.” O tempo de intervalo recomendado entre uma consulta e outra é de no máximo seis meses.
Nogueira afirma que normalmente os pacientes procuram a UBS nos primeiros sintomas da doença. “Quando sentem uma dor de cabeça persistente, náuseas, tonturas, alteração da visão.”
Atualmente a UBS Niterói atende cerca de 2 mil pacientes com quadro de hipertensão. “A média brasileira mostra que entre 25 e 30% da população adulta é hipertensa”, explica o gestor, se referindo a dados do Ministério da Saúde.
Precaução
Para evitar a enfermidade, Nogueira explica a necessidade de evitar o alto consumo de sal. “Esse alimento está entre os principais vilões.” Outras alternativas são a redução nos temperos e a prática de exercícios físicos. “É uma doença silenciosa, o paciente deve sempre cuidar também a pressão e a alimentação no geral.”
Na UBS não são apenas casos de acompanhamentos e rotina que aparecem na rotina dos médicos. Segundo a enfermeira Juliane Goulart, algumas pessoas já chegaram em situações graves.
“É o que chamamos de crise hipertensa. O paciente chega com dor no peito, falta de ar. Realizamos o primeiro atendimento e depois encaminhados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Muitas vezes necessitamos do apoio de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)”, explica a enfermeira.
A hipertensão pode causar danos também nos rins, além do coração. A doença pode ser hereditária e na maioria dos casos, as pessoas não apresentam sintomas. Há também o risco da doença afetar pessoas sedentárias e obesas.
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Há 30 anos cuidando da hipertensão
O aposentado Ruy Bica Viana, 76 anos, trata os sintomas da hipertensão há cerca de 30 anos. “Cheguei a ter um infarto.”
Ruy explica que estava trabalhando, quando sentiu a dor repentina. “Só descobri depois, continuei o trabalho normalmente, fui para casa e só quando consultei um médico que fiquei sabendo.”
Desde então o tratamento é contínuo com um remédio para controlar a pressão. Na tarde de quarta-feira (26), quando foi ao médico, ela estava medindo 14/8. “Está controlada.”
Medicamentos gratuitos
As mais variadas medicações para o tratamento de hipertensão podem ser retiradas gratuitamente. Basta que o paciente leve a receita atualizada na Farmácia Municipal de Canoas. De acordo com a SMS, os remédios podem ser encontrados também em farmácias que trabalham com o programa Farmácia Popular, do Governo Federal. As consultas são feitas nas 28 UBSs do município.