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Incêndio em Canoas

"A gente tentou apagar, mas em cinco minutos o prédio já estava tomado", conta funcionário de empresa destruída por incêndio

Estudantes do Colégio que fica ao lado do estabelecimento foram retirados às pressas do educandário na tarde desta quarta-feira

Publicado em: 06/12/2023 às 19h:10 Última atualização: 06/12/2023 às 19h:13
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O homem corre com a criança de 7 anos no colo. A menina perde a sandália no trajeto. Ela grita. Ele olha para trás assustado. Volta para pegar o calçado e então se põe a correr novamente na tentativa de ficar o mais longe possível das chamas e da fumaça. O risco de explosão, afinal de contas, existia, diziam os bombeiros.

Incêndio causou pânico nas imediações do Colégio Leonardo Da Vinci



Incêndio causou pânico nas imediações do Colégio Leonardo Da Vinci

Foto: PAULO PIRES/GES

O incêndio que atingiu a Indústria de Plásticos Herc Ltda, por volta de 14 horas, nesta quarta-feira (6), na Rua Aurora, no bairro Marechal causou pânico na população de Canoas. Houve gritos e correria; lágrimas e desespero; pedidos de socorro e muita solidariedade. Foram necessários somente alguns minutos para que o caos se instaurasse.

Funcionário de uma transportadora que trabalha para a empresa, Robson Machado, 28 anos, estava dentro da Herc no momento em que começou o fogo. Ele conta ter tentado usar uma mangueira, enquanto funcionários pegaram extintores, porém não houve tempo para mais nada. As chamas se alastraram rapidamente.

“A gente tentou apagar, mas em cinco minutos o prédio já estava tomado de fogo”, relata. “Aí não teve o que fazer. Teve muita correria e gritos. Só dava para ouvir o povo gritando ‘bombeiros, bombeiros, bombeiros’. Graças a Deus que todo mundo conseguiu sair e ninguém se machucou, porque o susto foi enorme”.

O desespero foi grande também para estudantes e profissionais da educação do Colégio Leonardo Da Vinci, que fica ao lado da empresa. Isso porque havia cerca de 300 alunos no momento em que a fumaça tapou parte da instituição, obrigando todos a saírem correndo do prédio em velocidade. Coube a vizinhos e pessoas que passavam pelo local ajudarem no resgate.

“Eu estava passando e cheguei a pensar que estava escurecendo para temporal, mas quando vi era fumaça preta no céu”, conta o vendedor autônomo Maicon Andreotti. “Quando vi, estava um griteiro de gente com crianças saindo do colégio. Corri e ajudei como podia”, completa o trabalhador de 40 anos.

Alívio

A tensão foi maior para quem estava distante da instituição. Em minutos, imagens e vídeos da fumaça passaram a circular pelas redes sociais, apontando, erroneamente, o incêndio na escola, levando com que pais e responsáveis corressem para o local.

Pai de uma estudante de 8 anos, Carlos Augusto Soares estava próximo e chegou na escola praticamente com os bombeiros. Ele disse ter ficado aliviado ao saber que as crianças estavam bem.

“Quando eu cheguei, já não tinha mais ninguém dentro da escola a não ser funcionários que estavam passando de sala em sala para ver se não tinha ficado ninguém”, conta o eletrotécnico de 39 anos. “Foi um alívio saber que estavam todos bem”.

Acolhimento

Estudantes e profissionais de educação da Leonardo Da Vinci acabaram sendo acolhidos no prédio do Sesi e também em uma praça próxima ao local. O Samu prestou atendimento e alguns precisaram da medição de pressão e de reforço de oxigênio.

A reportagem conversou com uma professora, porém, visivelmente abalada, ela só conseguiu contar que pegou três crianças e correu o máximo que pode na tentativa de se distanciar do fogo. Ela caiu no choro enquanto relatava os momentos em que a fumaça atingiu a escola.

Bombeiros

Por volta das 18h30, trabalhava no rescaldo da área atingida pelo fogo. A Prefeitura de Canoas, por meio das secretarias de Obras e de Serviços Urbanos, disponibiliza uma retroescavadeira e um caminhão caso seja necessária a remoção de paredes ou outras estruturas.

Ninguém sabia ao certo o que teria causado o incêndio, embora algumas pessoas tivessem apontado o forte barulho de explosão antes do início do fogo. Seis caminhões e cerca de 40 equipes dos bombeiros permaneciam envolvidos na operação.

“Os primeiros a saírem foram as crianças, que ficaram fora de perigo. Ninguém ficou ferido”, confirmou a capitã Júlia Calgaro, responsável pela ação dos Bombeiros.

Em nota divulgada nas redes sociais, a Herc afirma que foram surpreendidos pelas chamas. “Nossa primeira preocupação foi com as vidas de nossos colaboradores e da população do bairro ao redor da empresa. Felizmente, ninguém se feriu”, diz trecho da publicação. 

Mobilidade

O trânsito em Canoas ficou alterado a partir do momento em que os bombeiros constaram o risco de uma explosão. Houve quilômetros de congestionamento na BR-116, além de muita tranqueira também nas imediações dos bairros Marechal Rondon, Igara e Centro, para quem circulava no sentido Canoas-Novo Hamburgo ou bairro-centro.

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