MESES DEPOIS DA CHUVA
Vale do Caí ainda sofre com R$ 52 milhões em prejuízos pelas enchentes
Resultado de pesquisa realizada pelo Sebrae foi apresentados na tarde de quarta-feira (24)
Última atualização: 25/01/2024 07:56
Os resultados de uma pesquisa sobre os impactos da enchente de novembro de 2023 nos negócios dos municípios do Vale do Caí, realizada pelo Sebrae, foram apresentados na tarde de quarta-feira (24), em uma reunião realizada na prefeitura de São Sebastião do Caí. O resultado traz perdas milionárias.
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Foram 230 empresários que responderam à pesquisa realizada pelo Sebrae, no período entre os dias 8 e 15 de janeiro, por meio de um formulário on-line. A grande maioria foram pequenos empresários. Dos 230, um total de 199 foram atingidos de alguma forma pelas enchentes.
Perda de estoque
"Quantificamos os impactos das enchentes e em cima disso faremos encaminhamentos. O Sebrae está fortemente comprometido com esse movimento. Contactamos a Emater para ter um levantamento paralelo sobre a agricultura também", disse o gerente regional Sebrae, Marco Copetti.
Um dado alarmante da pesquisa é que a perda total estimada é de mais de R$ 52 milhões. Além disso, 52,3% dos respondentes perderam pelo menos 30% de bens materiais. Mais ainda, 60,8% indicaram ter tido perda de estoque, que passou a ser inutilizado.
Entre os municípios da região, São Sebastião do Caí demonstrou ser o município com mais perdas, estimadas em R$ 43.286.180. Também foi constatado que a grande maioria dos empresários não tinha seguro (64,3%). Os que tinham, não cobriam a possibilidade de uma enchente. Apesar de todos esses impasses, 82,4% já conseguiram retomar as atividades.
Impactos materiais e emocionais
Bia Zortea, representante do Sebrae, apresentou os dados e ressaltou pontos em comum dos 75 comentários deixados pelos que responderam à pesquisa.
"Os comentários trazem a lamentação pelas perdas de enchentes, muitos apontaram a necessidade de prevenir que esse tipo de situação ocorra novamente. Eles destacaram a necessidade de um crédito com juro zero ou baixo para essa retomada. Além das perdas financeiras, houve perdas emocionais. Precisamos construir com base nisso os encaminhamentos que faremos", disse ela.
Reunião com o Estado
Thomas Oderich, presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços (Acis) de São Sebastião do Caí e membro da Federasul, ressalta que o próximo passo é lapidar ainda mais os dados e organizar uma reunião, em até duas semanas, com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, para apresentar e questionar o que o Estado tem a propor.
"Os nossos principais pleitos são ter algum tipo de tributação que possa ser postergada, ter linhas de crédito dos bancos do Estado com taxas diferenciadas para os empresários", explica.