REGIÃO
Usuários reclamam da estrutura de postos de saúde de Sapucaia
Falta de profissionais e precariedade dos prédios estão entre as queixas mais comuns
Última atualização: 07/03/2024 15:23
A falta de profissionais e a precariedade dos prédios estão entre as queixas mais comuns dos usuários dos postos de saúde de Sapucaia do Sul. Além dos pacientes, também os servidores reclamam de insalubridade e insegurança nas unidades, algumas delas, segundo os trabalhadores, sem extintores e Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI).
Moradora do Loteamento Pedro Simon, no bairro Capão da Cruz, uma dona de casa que pede para não ser identificada, conta que a família precisou fazer vaquinha para pagar um plano de saúde para a filha, depois de a jovem ganhar bebê. Na gravidez, o acompanhamento foi feito na Unidade Básica de Saúde Greiss.
“Todo o pré-natal foi feito com uma enfermeira. Minha filha teve pressão alta e o clínico geral só atendia quando a pressão subia muito. Nunca a encaminharam para a Clisan (Clínica de Saúde da Mulher). Quando minha neta nasceu, todos os atendimentos da bebê eram feitos pela enfermeira”, conta. A situação gerou desconforto à família.
“Respeito muito os enfermeiros, mas acredito que os atendimentos às crianças deveriam ser feitos por um pediatra. Só o médico é capaz de saber o que é melhor para a criança, que precisa de cuidados específicos, ainda mais nos primeiros meses de vida”, opina. Além disso, outra reclamação comum dos pacientes atendidos na UBS é em relação à estrutura. “Não temos uma área coberta para ficarmos abrigados da chuva esperando atendimento quando o posto está cheio”, diz outra usuária do local.
Na Estratégia Saúde da Família (ESF) Capão da Cruz, a falta de estrutura também é problema. “O posto não comporta e nunca comportará os cerca de quatro mil usuários que tem, muitos deles idosos, que acabam sendo negligenciados. Um único médico não consegue dar conta de toda esta demanda”, afirma a assistente social Luciane Moraes, 48 anos. Moradora do bairro, é no posto que Luciane busca atendimentos para si e para a mãe, de 89 anos. “Nosso posto também é muito pequeno, há tempo há a expectativa para um aumento na unidade, mas isso nunca saiu do papel”, lamenta.
Vereador faz vistoria nos postos
Os problemas apontados por usuários e funcionários das 23 ESFs e cinco UBSs da cidade estão sendo ouvidos e vistoriados pelo vereador Átila Andrade, que visita os locais e repassa ao Executivo durante as sessões ordinárias da Câmara de Vereadores, solicitando providências. “Como vereador minha função é fiscalizar as ações e serviços da prefeitura e, acima de tudo, ouvir os anseios da comunidade sapucaiense. Desde o início do meu mandato tenho recebido algumas reclamações sobre as condições dos nossos postos de saúde e a partir daí tenho visitado eles constantemente para averiguar e pedir providências ao Executivo. Tenho observado problemas sérios de infraestrutura, principalmente, com relação a instalações elétricas precárias e falta de extintores e saídas alternativas em caso de incêndio. São funcionários correndo risco e também os usuários”, pontua Andrade.
“A gestão municipal tem que garantir condições para os profissionais da saúde desempenharem bem suas atividades no atendimento à população e para que esta, por sua vez, se sinta segura. A falta de profissionais de saúde em muitas unidades, também, é um problema. A necessidade de um novo concurso público é urgente”, avalia.
Secretária responde em nota
Procurada pela reportagem, a secretária de Saúde de Sapucaia, Flávia Motta, respondeu, em nota, que a UBS Greiss está instalada em um prédio locado, que não pode ser reformado pelo poder público. Sobre o caso da gestante, Flávia destaca que atendimentos com médicos especialistas são feitos no ambulatório de especialidades junto a fundação hospitalar Getúlio Vargas.
“Enfermeiros têm a prerrogativa legal para realizar a puericultura, acompanhamento das crianças, assim como das gestantes no pré-natal, da concepção à morte. Nossos enfermeiros são especialistas, alguns com mestrado e até temos profissionais com doutorado na rede, estes profissionais são extremamente qualificados”, frisa o texto.
Em relação às demandas da ESF Capão da Cruz e as denúncias das faltas de extintores e PPCIs nas unidades, a secretária não se manifestou.
A falta de profissionais e a precariedade dos prédios estão entre as queixas mais comuns dos usuários dos postos de saúde de Sapucaia do Sul. Além dos pacientes, também os servidores reclamam de insalubridade e insegurança nas unidades, algumas delas, segundo os trabalhadores, sem extintores e Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI).
Moradora do Loteamento Pedro Simon, no bairro Capão da Cruz, uma dona de casa que pede para não ser identificada, conta que a família precisou fazer vaquinha para pagar um plano de saúde para a filha, depois de a jovem ganhar bebê. Na gravidez, o acompanhamento foi feito na Unidade Básica de Saúde Greiss.
“Todo o pré-natal foi feito com uma enfermeira. Minha filha teve pressão alta e o clínico geral só atendia quando a pressão subia muito. Nunca a encaminharam para a Clisan (Clínica de Saúde da Mulher). Quando minha neta nasceu, todos os atendimentos da bebê eram feitos pela enfermeira”, conta. A situação gerou desconforto à família.
“Respeito muito os enfermeiros, mas acredito que os atendimentos às crianças deveriam ser feitos por um pediatra. Só o médico é capaz de saber o que é melhor para a criança, que precisa de cuidados específicos, ainda mais nos primeiros meses de vida”, opina. Além disso, outra reclamação comum dos pacientes atendidos na UBS é em relação à estrutura. “Não temos uma área coberta para ficarmos abrigados da chuva esperando atendimento quando o posto está cheio”, diz outra usuária do local.
Na Estratégia Saúde da Família (ESF) Capão da Cruz, a falta de estrutura também é problema. “O posto não comporta e nunca comportará os cerca de quatro mil usuários que tem, muitos deles idosos, que acabam sendo negligenciados. Um único médico não consegue dar conta de toda esta demanda”, afirma a assistente social Luciane Moraes, 48 anos. Moradora do bairro, é no posto que Luciane busca atendimentos para si e para a mãe, de 89 anos. “Nosso posto também é muito pequeno, há tempo há a expectativa para um aumento na unidade, mas isso nunca saiu do papel”, lamenta.
Vereador faz vistoria nos postos
Os problemas apontados por usuários e funcionários das 23 ESFs e cinco UBSs da cidade estão sendo ouvidos e vistoriados pelo vereador Átila Andrade, que visita os locais e repassa ao Executivo durante as sessões ordinárias da Câmara de Vereadores, solicitando providências. “Como vereador minha função é fiscalizar as ações e serviços da prefeitura e, acima de tudo, ouvir os anseios da comunidade sapucaiense. Desde o início do meu mandato tenho recebido algumas reclamações sobre as condições dos nossos postos de saúde e a partir daí tenho visitado eles constantemente para averiguar e pedir providências ao Executivo. Tenho observado problemas sérios de infraestrutura, principalmente, com relação a instalações elétricas precárias e falta de extintores e saídas alternativas em caso de incêndio. São funcionários correndo risco e também os usuários”, pontua Andrade.
“A gestão municipal tem que garantir condições para os profissionais da saúde desempenharem bem suas atividades no atendimento à população e para que esta, por sua vez, se sinta segura. A falta de profissionais de saúde em muitas unidades, também, é um problema. A necessidade de um novo concurso público é urgente”, avalia.
Secretária responde em nota
Procurada pela reportagem, a secretária de Saúde de Sapucaia, Flávia Motta, respondeu, em nota, que a UBS Greiss está instalada em um prédio locado, que não pode ser reformado pelo poder público. Sobre o caso da gestante, Flávia destaca que atendimentos com médicos especialistas são feitos no ambulatório de especialidades junto a fundação hospitalar Getúlio Vargas.
“Enfermeiros têm a prerrogativa legal para realizar a puericultura, acompanhamento das crianças, assim como das gestantes no pré-natal, da concepção à morte. Nossos enfermeiros são especialistas, alguns com mestrado e até temos profissionais com doutorado na rede, estes profissionais são extremamente qualificados”, frisa o texto.
Em relação às demandas da ESF Capão da Cruz e as denúncias das faltas de extintores e PPCIs nas unidades, a secretária não se manifestou.