CATÁSTROFE NO RS

Um mês depois das enchentes, cenário na região é de casas soterradas, pontes interditadas e pessoas acolhidas em abrigos

Prefeituras e moradores de municípios dos vale do Paranhana e do Sinos ainda têm bastante trabalho pela frente mesmo passados 30 dias das cheias

Publicado em: 03/06/2024 06:43
Última atualização: 03/06/2024 06:44

Um mês após a catástrofe climática que afetou mais de 90% dos municípios gaúchos, algumas cidades da região seguem trabalhando para tentar reconstruir aquilo que a chuva levou embora. No Vale do Paranhana, por exemplo, os municípios não apenas sofreram com a cheia dos rios Paranhana e dos Sinos, mas também com inúmeros deslizamentos de terra, que obstruíram estradas e soterraram casas e veículos.


Em Três Coroas, casas e carros ainda estão soterrados 30 dias após a catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Em um primeiro momento, a prioridade das prefeituras foi atender a população e garantir um local seguro para que pudessem passar os dias até que tivessem condições de retornar às suas casas. Depois dessa etapa cumprida, a missão foi restabelecer os acessos às cidades e aos bairros, por isso, a concentração de forças ficou nas ações para desobstruir vias e fazer reparos emergenciais em pontes ou pontilhões.

Casas e carros seguem soterrados em Três Coroas

Mesmo 30 dias após a enxurrada, muitos municípios seguem com problemas, e o rastro de destruição ainda é parte do cenário. Em Três Coroas, conforme a Defesa Civil, ainda há em torno de 20 casas soterradas, cujo trabalho para a remoção do aterro que encobriu totalmente algumas dessas moradias continua ainda hoje.

Em Três Coroas, casas e carros ainda estão soterrados 30 dias após a catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do SulIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Em Três Coroas, casas e carros ainda estão soterrados 30 dias após a catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do SulIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Em Três Coroas, casas e carros ainda estão soterrados 30 dias após a catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do SulIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Em Três Coroas, casas e carros ainda estão soterrados 30 dias após a catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do SulIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Em Três Coroas, casas e carros ainda estão soterrados 30 dias após a catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do SulIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Em Três Coroas, casas e carros ainda estão soterrados 30 dias após a catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do SulIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Em Três Coroas, casas e carros ainda estão soterrados 30 dias após a catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do SulIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Em Três Coroas, casas e carros ainda estão soterrados 30 dias após a catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do SulIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Em Três Coroas, casas e carros ainda estão soterrados 30 dias após a catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do SulIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Em Três Coroas, casas e carros ainda estão soterrados 30 dias após a catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do SulIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Em Três Coroas, casas e carros ainda estão soterrados 30 dias após a catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do SulIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Em Três Coroas, casas e carros ainda estão soterrados 30 dias após a catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do SulIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Em Três Coroas, casas e carros ainda estão soterradosIsaías Rheinheimer/GES-Especial

Na última sexta-feira (31), enquanto o governador Eduardo Leite falava para prefeitos e empresários do Vale do Paranhana, a Defesa Civil local, com o apoio de máquinas e caminhões de empresa terceirizada, trabalhava no final da Rua Sapiranga para retirar o aterro que desceu de uma encosta e atingiu três imóveis. Carros também foram encobertos no local.

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O trabalho já havia sido iniciado há alguns dias e não há previsão de quando será concluído. “Isso vai levar tempo. Depois daqui, vamos para a Vila Dreher, onde também há casos nessa situação e não conseguimos chegar ainda”, projetou Augusto Dreher, coordenador da Defesa Civil municipal.

Na Vila Dreher há cerca de 15 casas atingidas por um gigantesco deslizamento de terra. Não houve vítimas, pois a Defesa Civil evacuou o local antes da tragédia. “Possivelmente, essas famílias não poderão retornar para o local, e serão realocadas em outra área do município. A área é de risco extremo”, pontua Dreher.

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Após o trabalho de limpeza dos locais atingidos por deslizamentos de terra, a missão será realizar obras de contenção das encostas. A previsão, contudo, é de que esse trabalho entre o ano de 2025 adentro.

Igrejinha ainda tem a principal ponte da cidade interditada

No município de Igrejinha a situação não é muito diferente, contudo, a principal frente de trabalho está no entorno da principal ponte da cidade, na área central. A ponte Edmundo Kichler teve um pilar e uma viga de sustentação levados pela enxurrada. Além disso, a erosão do solo em uma das cabeceiras, motivou a interdição da ponte pelo risco iminente de queda.


Em Igrejinha, prefeitura tem grande desafio de reconstruir o entorno do Rio Paranhana, sendo que a principal missão é recuperar a ponte Edmundo Kichler que corre o risco de ruir Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

O investimento estimado para fazer o conserto é de R$ 3,6 milhões, conforme Alessandra Azambuja, coordenadora da Defesa Civil local. Na última sexta-feira, equipes da prefeitura trabalhavam com ações preventivas para tentar recuperar o local, mas o trabalho não tem previsão de ser concluído.

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Além disso, Igrejinha tem problemas em estradas do interior, como na Estrada Edgar Willy Wolff, na localidade de Serra Grande, uma importante ligação entre os municípios de Igrejinha, Três Coroas e Gramado. No local, houve o deslizamento de parte do leito da via formando um degrau perpendicular com extensão de 60 metros. A estrada segue interditada para veículos pesados, como caminhões e ônibus. 

Em Igrejinha, prefeitura tem grande desafio de reconstruir o entorno do Rio Paranhana, sendo que a principal missão é recuperar a ponte Edmundo Kichler que corre o risco de ruirIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Em Igrejinha, prefeitura tem grande desafio de reconstruir o entorno do Rio Paranhana, sendo que a principal missão é recuperar a ponte Edmundo Kichler que corre o risco de ruirIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Em Igrejinha, prefeitura tem grande desafio de reconstruir o entorno do Rio Paranhana, sendo que a principal missão é recuperar a ponte Edmundo Kichler que corre o risco de ruirIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Em Igrejinha, prefeitura tem grande desafio de reconstruir o entorno do Rio Paranhana, sendo que a principal missão é recuperar a ponte Edmundo Kichler que corre o risco de ruirIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Em Igrejinha, prefeitura tem grande desafio de reconstruir o entorno do Rio Paranhana, sendo que a principal missão é recuperar a ponte Edmundo Kichler que corre o risco de ruirIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Em Igrejinha, prefeitura tem grande desafio de reconstruir o entorno do Rio Paranhana, sendo que a principal missão é recuperar a ponte Edmundo Kichler que corre o risco de ruirIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Em Igrejinha, prefeitura tem grande desafio de reconstruir o entorno do Rio Paranhana, sendo que a principal missão é recuperar a ponte Edmundo Kichler que corre o risco de ruirIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Em Igrejinha, prefeitura tem grande desafio de reconstruir o entorno do Rio Paranhana, sendo que a principal missão é recuperar a ponte Edmundo Kichler que corre o risco de ruirIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Em Igrejinha, prefeitura tem grande desafio de reconstruir o entorno do Rio Paranhana, sendo que a principal missão é recuperar a ponte Edmundo Kichler que corre o risco de ruirIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Conserto da ponte está orçado em R$ 3,6 milhõesIsaías Rheinheimer/GES-Especial

Campo Bom anuncia plano de combate a enchentes

Em Campo Bom, o Rio dos Sinos volta para o leito antes que em municípios como Novo Hamburgo e São Leopoldo, portanto, o trabalho de recolhimento de entulhos e limpeza das vias já está quase finalizado. Não há mais áreas alagadas e as pessoas voltaram às suas casas para fazerem a limpeza.

A maior enchente da história deixou cerca de 3,2 mil desalojados, além de quase 350 desabrigados, a maioria acolhidos pela prefeitura nos ginásios Municipal e CEI. Hoje, não há mais pessoas acolhidas nos ginásios, mas há ainda cerca de 30 desalojados, segundo a Defesa Civil, que não conseguiram voltar para suas casas devido à extensão dos danos causados pela enchente. Eles estão em casas de parentes, amigos ou em outras casas, de forma temporária. A prefeitura continua assistindo essas famílias com o suporte necessário, inclusive na busca de recursos junto ao governo federal para a reconstrução das casas.

No auge da enchente, o município chegou a abrigar mais de cem pessoas de São Leopoldo, sendo que neste momento em torno de 50 ainda estão no ginásio do Sesi.

Pensando no futuro, o prefeito Luciano Orsi anunciou na quarta-feira (29) o maior plano de combate às enchentes da história de Campo Bom. O trabalho já começou com a limpeza das redes pluviais de todos os bairros, tirando o lodo que ficou por causa da última cheia e recuperando a capacidade total de escoamento da água das chuvas, assim diminuindo os alagamentos. O mesmo ocorre com o desassoreamento de todos os arroios, que já foi iniciado.


Em Novo Hamburgo, ainda tem muito entulho para ser retirado Foto: Prefeitura de Novo Hamburgo/Divulgação

Em Novo Hamburgo, 950 pessoas seguem acolhidas em abrigos públicos

Novo Hamburgo continua com dois abrigos, onde seguem alojadas cerca de 950 pessoas. Há também pessoas em casas de parentes e amigos, cujo número não é possível estimar. Ao todo, foram 32 mil pessoas impactadas pela enchente na cidade Cerca de 15 mil pessoas perderam parcial ou totalmente suas moradias. E cerca de 12 mil pessoas ficaram desalojadas ou desabrigadas.

A prefeitura estima R$ 300 milhões em prejuízos somente em bens públicos (escolas, postos de saúde, redes básicas, pavimentação, infraestrutura). Cerca de 6 mil empresas foram afetadas, com perdas totais ou parciais. Neste momento, ainda há escolas e unidade de saúde fechadas no bairro Santo Afonso em recuperação de sua estrutura e mobiliário. O cenário também inclui milhares de pessoas de volta a suas casas em trabalho de limpeza e reconstrução.

Neste domingo à tarde ainda havia um pequeno trecho no chamado Beco do Pescador, na Vila Palmeira, com água nas ruas, mas já fora das casas.

A prefeitura Novo Hamburgo já recolheu cerca de 14,8 mil toneladas de restos de móveis descartados em ruas dos bairros atingidos, em um trabalho de limpeza diário, inclusive aos fins de semana. Há ainda distribuição de cestas básicas e kits de limpeza e de higiene pessoal. Também está sendo realizado o bombeamento da água do bairro Santo Afonso de volta ao Rio dos Sinos com quatro bombas de alta potência, que bombeiam o equivalente a 15 piscinas residenciais por minuto.

*Colaborou Dário Gonçalves.

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