A proximidade do reajuste dos medicamentos já tem levado clientes de farmácias a antecipar a compra do que precisam para tratamento de saúde. Em Novo Hamburgo, basta uma volta no Centro para se deparar com cartazes em farmácias que avisam da oportunidade de comprar medicamentos antes do reajuste.
A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que representa as 30 maiores redes do varejo farmacêutico nacional, esclarece que o reajuste de medicamentos de 4,5% atende a uma resolução legal e deverá ser praticado imediatamente após sua publicação, em 31 de março.
Política de preços
Conforme a nota oficial assinada pelo CEO da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), vinculada ao governo federal, estabelece os novos preços com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e outros fatores.
“O reajuste anual tem por objetivo a reposição dos custos da indústria e do varejo, entre os quais reajustes salariais, custo de ocupação, perdas de insumos, energia elétrica, água e aluguel de pontos de venda”, explica.
Na ponta final, consumidores já buscam alternativas para o aumento pesar menos no bolso. A aposentada Beatriz Regina Goulart, 65 anos, esteve na terça-feira (26) em uma farmácia na Avenida Pedro Adams Filho, para comprar medicamentos que estão faltando e aproveitou o valor antigo.
Difícil
Enquanto o atendente Daniel Gonçalves Leite fazia o cálculo dos gastos de Beatriz, ela reclamou do que virá pela frente. “Acho um absurdo. Eu estou aposentada e ganho R$ 300 por mês. Fui caindo no empréstimo e imagina a pessoa viver com 300 reais? Se não fossem os filhos e o ex-marido, eu estava ferrada”, salienta Beatriz, que teve cinco infartos, perdeu dois filhos e toma remédio para controlar a pressão alta e tratar a depressão e bipolaridade.
A professora aposentada Maria Gorete Vedovatto Schaab, 68, acompanhada do neto Henrique Martins, 11, resolveu antecipar a compra do que precisa por recomendação de seu marido. “Meu marido falou: ‘compra os teus remédios que tu precisa, porque vai aumentar agora em abril’. E com certeza pesa no bolso. Por isso a recomendação é que compre antes da Páscoa”, frisa ela com as compras já feitas.
Dicas para economizar
A pesquisa é o ponto inicial na hora de adquirir medicamentos. Professor da Universidade Feevale, o economista José Antônio Ribeiro de Moura, aponta que essa situação já começa antes de sair às compras. “Com acesso à Internet, é importante acessar aplicativos especializados na área farmacêutica, possibilitando a comparação de preços. Essa é uma boa solução”, recomenda.
Moura orienta ainda que as pessoas comprem remédios nas farmácias populares, participem de programas de fidelidade, pois há laboratórios que têm descontos para quem está credenciado, e ainda busquem soluções de valores com a compra de remédios genéricos. “É importante ficar atento aos convênios, pois clientes de programas de fidelidade conseguem comprar medicamentos mais baratos, e ainda participar de programas de saúde para encontrar gratuidade no medicamento oferecido pelos municípios”, salienta.
A Secretaria da Fazenda do Estado pontua que o aumento dos medicamentos do dia 1º de abril não tem nenhuma mudança com o ICMS.
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