O RETORNO
TRICOFEST: Primeiro evento econômico depois da enchente, feira supera expectativa de público e vendas
Otimismo e esperança eram as palavras mais ouvidas nos stands das 26 malharias
Última atualização: 08/06/2024 21:58
A retomada dos eventos pós-enchentes iniciou nesta sexta-feira (7) na Serra gaúcha. Em Nova Petrópolis, para contrapor os dias cinzas que devastaram dezenas de cidades do Rio Grande do Sul, malharias espalharam cor pelas ruas do município anunciando a terceira edição da Tricofest.
O evento, que reabre o calendário de feiras no estado, paralisado desde o início do mês de maio, é considerado como o “primeiro passo” para a economia voltar a girar.
Com movimentação intensa de visitantes nos corredores do Centro de Eventos neste sábado (8), o coordenador-geral da Tricofest e presidente da Associação de Malharias de Nova Petrópolis e Picada Café (AMNPPC), Márcio André Kny, afirma que as expectativas foram superadas, apesar da mudança na data de realização da Tricofest.
Inicialmente, o evento estava previsto para começar no dia 10 de maio, mas foi adiado devido à situação das chuvas. “Em dois dias de feira o já está acima da expectativa da organização e das malharias. Isso nos mostra que tomamos a decisão certa de protelar, e não cancelar a edição deste ano”.
Ainda sem dados oficiais, Kny adianta que a expectativa inicial de receber 100 mil visitantes em Nova Petrópolis e 60 mil em Picada Café deve sofrer redução de aproximadamente 30%. Contudo, a projeção não desanima o setor. “Frente a tudo que a população gaúcha enfrentou no último mês, e tudo que está por vir, enxergamos com bons olhos essa análise inicial porque, apesar da redução, o setor não parou”, avalia esperançoso.
Kny destaca ainda a relevância da retomada das feiras e eventos para o setor de turismo na Região das Hortênsias. “Após os atendimentos emergenciais aos afetados pelas chuvas, agora temos que voltar a cuidar da questão econômica, as pessoas precisam que a economia volte a se mover para fazer a cadeira toda começar a girar.
A Tricofest é um exemplo de produção local, ou seja, quem comprar aqui estará ajudado uma empresa de Nova Petrópolis, isso movimenta o comércio, o turismo, assim com o setor de serviços. Os mais afetados pela catástrofe”.
Projeção animadora
Otimismo e esperança eram as palavras mais ouvidas nos stands das 26 malharias. Animados com as vendas efetivadas e a movimentação de visitantes e turistas pelos corredores. “Confesso que estava receosa com a feira, mas me surpreendeu o número de visitantes no standy efetivando compras”, comentou uma expositora.
William Nunes trabalha há 16 anos no setor de malharias e não parou a confecção no mês de maio, projetando a realização da feira mesmo com o cenário incerto. “Nossa produção se manteve a do ano passado, e apesar de tudo (catástrofe climática), esperamos que os turistas venham nos visitar e aproveitem os produtos com preços diretamente de fábrica”, convida.
Nas vitrines as malhas, de modelos exclusivos e de coleção própria de cada fabricante era um convite para renovar o armário para a estação mais fria do ano. “A gente sempre leva uma coisinha”, admite a aposentada Teresinha Müller Ruscheinsky (66).
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Moradora de Nova Petrópolis, Teresinha revela que não perdeu nenhuma edição da feira, neste sábado (8) acompanhada da filha Fernanda Ilson Ruscheinsky (35) e do neto Lucas de 4 anos, ela aproveitou para dar uma “garimpada” nos stands. “Tem muita coisa bonita, é preciso vir com tempo pra olhar tudo”, adianta. “E os preços valem muito a pena”, completa Fernanda.
O casal de Picada Café Franciel Gustavo e Letícia Junges, ambos de 33 anos, aproveitaram o clima ameno para subir a Serra com o filho Lucas (4) e garantir as peças para os dias mais frios. “Na verdade estamos adiantando as compras, porque na edição de Picada – que ocorre entre julho e agosto- também passamos fela feira, porque é uma ótima opção, aqui estamos comprando direto das fábricas”, comenta Franciel Gustavo.