TRÂNSITO
Três mortes em menos de um ano preocupam pedestres em Canoas
Vítimas de atropelamento expuseram os riscos da Rua Florianópolis
Última atualização: 29/02/2024 09:01
Os riscos para os pedestres que buscam atravessar a Rua Florianópolis não são novidades para os moradores do bairro Mathias Velho, em Canoas. As travessias, de acordo com a comunidade do bairro, têm sido cada vez mais perigosas. Segundo o operador de empilhadeira Rogério Luís, 55 anos, o problema não é a iluminação. "Uma das principais questões está relacionada à educação dos motoristas." Segundo o morador, muitos passam em alta velocidade. "Sou condutor há 20 anos e respeito, mas alguns passam empinando. Antes, quando os quebra-molas estavam presentes na via, respeitavam mais", completa.
Além dos riscos que expõem os moradores do bairro, o local também já foi palco de acidentes fatais. No dia 28 de abril de 2022 um ciclista foi atropelado por um ônibus e não resistiu aos ferimentos. Já no dia 23 de fevereiro deste ano, uma idosa de 69 anos foi atropelada enquanto saía do culto por um veículo em alta velocidade e perdeu a vida. No dia 9 de março, nova morte e pela segunda vez a vítima era uma idosa. Segundo a Brigada Militar (BM), que atendeu a ocorrência, a mulher de 88 anos tentava atravessar a via em frente a um atacado, quando foi atingida por um motociclista. Testemunhas afirmaram em depoimento à BM que o condutor parou para prestar socorro e a idosa foi encaminhada ao Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC), mas não resistiu.
Riscos em dobro
Até aqueles moradores que tomam o cuidado de atravessar a rua na faixa de pedestres não estão totalmente seguros quando se trata da Florianópolis. Segundo a manicure Rita Suzete, 52 anos, mesmo indo ao local indicado, o pedestre não pode se descuidar. "Nem na faixa eles respeitam, é um risco muito grande", explica.
Para evitar maiores transtornos, Rita evita sair à noite. "A imprudência cresce."
Prefeitura diz que fará estudo no local
Responsáveis pela Secretaria de Trânsito e Mobilidade Urbana (Smtm), o titular Marcos Daniel e a adjunta Letícia Corrêa comunicaram que um estudo será feito no local. "Estamos cientes dos problemas, alguns pontos da cidade já estão sendo observados para que melhorias possam ser feitas", declarou Letícia.
Sobre a solicitação para a instalação de quebra-molas, Marcos afirmou que havia no Ministério Público do Estado (MP-RS) uma espécie de veto a quebra-molas em determinados tipos de via. "Tivemos uma conversa recente com o MP e vamos fazer um estudo sobre isso, queremos que as pessoas se sintam seguras."
No entanto, não há uma previsão para que os estudos sejam concluídos. "Esperamos também prudência dos condutores", completou.
Duas vias estão com estacionamento liberado
Outro problema relatado pelos moradores e que, segundo eles, aumenta o risco de atropelamento na região são os veículos estacionados em ambos os sentidos. "Os carros precisam desviar muito em certos momentos", diz Rogério Luís.
Com uma escola nas proximidades, o medo também fica por conta das crianças. O final da tarde consegue ser ainda pior, conforme Dulce Wagner. Primeiro que aqui deveria ser mão única, segundo que nas terças e quintas-feiras, quando os caminhões de frutas e verduras estacionam para descarregar, o trânsito de pedestre fica muito complicado. Tranca tudo, dos dois lados", relata a aposentada, saindo cuidadosamente na direção da rua.
"É muito difícil alguém parar"
Conforme a aposentada Dulce Wagner, 56 anos, que tem problemas de locomoção e utiliza um triciclo elétrico, as idas e vindas de casa são sempre um desafio. "É muito difícil alguém parar." Ela passa no local, no mínimo, duas vezes ao dia. "Cuido da minha neta e sempre passo por aqui, inclusive já presenciei acidentes."
Em uma das situações, Dulce chegou a cair do veículo. "Precisei ir muito rápido para subir a tempo na calçada e caí, a sorte foi que não vinha um carro, ou teriam passado por cima de mim."
Outra situação vivida pela aposentada está relacionada à impaciência dos motoristas. "Pensam que isso é uma moto, não é, ficam bravos, buzinam. Esse trecho precisa urgentemente de um semáforo", afirma.
A solicitação é feita pelos dois outros moradores ouvidos pela reportagem. "São três mortes em menos de um ano", finaliza Rita.
Os riscos para os pedestres que buscam atravessar a Rua Florianópolis não são novidades para os moradores do bairro Mathias Velho, em Canoas. As travessias, de acordo com a comunidade do bairro, têm sido cada vez mais perigosas. Segundo o operador de empilhadeira Rogério Luís, 55 anos, o problema não é a iluminação. "Uma das principais questões está relacionada à educação dos motoristas." Segundo o morador, muitos passam em alta velocidade. "Sou condutor há 20 anos e respeito, mas alguns passam empinando. Antes, quando os quebra-molas estavam presentes na via, respeitavam mais", completa.
Além dos riscos que expõem os moradores do bairro, o local também já foi palco de acidentes fatais. No dia 28 de abril de 2022 um ciclista foi atropelado por um ônibus e não resistiu aos ferimentos. Já no dia 23 de fevereiro deste ano, uma idosa de 69 anos foi atropelada enquanto saía do culto por um veículo em alta velocidade e perdeu a vida. No dia 9 de março, nova morte e pela segunda vez a vítima era uma idosa. Segundo a Brigada Militar (BM), que atendeu a ocorrência, a mulher de 88 anos tentava atravessar a via em frente a um atacado, quando foi atingida por um motociclista. Testemunhas afirmaram em depoimento à BM que o condutor parou para prestar socorro e a idosa foi encaminhada ao Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC), mas não resistiu.
Riscos em dobro
Até aqueles moradores que tomam o cuidado de atravessar a rua na faixa de pedestres não estão totalmente seguros quando se trata da Florianópolis. Segundo a manicure Rita Suzete, 52 anos, mesmo indo ao local indicado, o pedestre não pode se descuidar. "Nem na faixa eles respeitam, é um risco muito grande", explica.
Para evitar maiores transtornos, Rita evita sair à noite. "A imprudência cresce."
Prefeitura diz que fará estudo no local
Responsáveis pela Secretaria de Trânsito e Mobilidade Urbana (Smtm), o titular Marcos Daniel e a adjunta Letícia Corrêa comunicaram que um estudo será feito no local. "Estamos cientes dos problemas, alguns pontos da cidade já estão sendo observados para que melhorias possam ser feitas", declarou Letícia.
Sobre a solicitação para a instalação de quebra-molas, Marcos afirmou que havia no Ministério Público do Estado (MP-RS) uma espécie de veto a quebra-molas em determinados tipos de via. "Tivemos uma conversa recente com o MP e vamos fazer um estudo sobre isso, queremos que as pessoas se sintam seguras."
No entanto, não há uma previsão para que os estudos sejam concluídos. "Esperamos também prudência dos condutores", completou.
Duas vias estão com estacionamento liberado
Outro problema relatado pelos moradores e que, segundo eles, aumenta o risco de atropelamento na região são os veículos estacionados em ambos os sentidos. "Os carros precisam desviar muito em certos momentos", diz Rogério Luís.
Com uma escola nas proximidades, o medo também fica por conta das crianças. O final da tarde consegue ser ainda pior, conforme Dulce Wagner. Primeiro que aqui deveria ser mão única, segundo que nas terças e quintas-feiras, quando os caminhões de frutas e verduras estacionam para descarregar, o trânsito de pedestre fica muito complicado. Tranca tudo, dos dois lados", relata a aposentada, saindo cuidadosamente na direção da rua.
"É muito difícil alguém parar"
Conforme a aposentada Dulce Wagner, 56 anos, que tem problemas de locomoção e utiliza um triciclo elétrico, as idas e vindas de casa são sempre um desafio. "É muito difícil alguém parar." Ela passa no local, no mínimo, duas vezes ao dia. "Cuido da minha neta e sempre passo por aqui, inclusive já presenciei acidentes."
Em uma das situações, Dulce chegou a cair do veículo. "Precisei ir muito rápido para subir a tempo na calçada e caí, a sorte foi que não vinha um carro, ou teriam passado por cima de mim."
Outra situação vivida pela aposentada está relacionada à impaciência dos motoristas. "Pensam que isso é uma moto, não é, ficam bravos, buzinam. Esse trecho precisa urgentemente de um semáforo", afirma.
A solicitação é feita pelos dois outros moradores ouvidos pela reportagem. "São três mortes em menos de um ano", finaliza Rita.