NOVA PROMESSA

TRECHO DA MORTE: Saiba como ficará o trajeto após conclusão de obras emergenciais

Ministro reassume compromisso de realizar melhorias para minimizar mortes entre Estância Velha e Novo Hamburgo, trajeto mais crítico

Publicado em: 29/11/2023 06:00

As obras emergenciais para minimizar os acidentes fatais no trecho da morte da BR-116, entre Novo Hamburgo e Dois Irmãos, irão acontecer, porém, só devem sair do papel a partir de janeiro de 2024. O prazo é bem diferente do estipulado pelo ministro Paulo Pimenta (PT), da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, que em 14 de setembro deste ano se reuniu com vereadores de Novo Hamburgo na Casa do Grupo Sinos na Expointer.

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Flagrantes de manobras arriscadas em local proibido seguem sendo facilmente registrados entre o Rincão Gaúcho e a Roselândia Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Naquele dia, Pimenta prometeu que em 60 dias iriam iniciar as melhorias emergenciais entre os quilômetros 230 e 233, trajeto mais crítico do trecho da morte, que contempla os bairros Roselândia, de Novo Hamburgo, e Rincão Gaúcho, de Estância Velha. Contudo, o prazo se encerrou no dia 14 de novembro, sem qualquer sinal do início das obras. Apesar de não conseguir cumprir o prazo, Pimenta voltou a se comprometer com as obras na rodovia. “O compromisso de promover as melhorias nesse trecho segue de pé”, garante.


Pimenta discutiu soluções para "trecho da morte" em reunião na Casa do Grupo Sinos na Expointer Foto: fotos Igor Müller/GES-Especial/arquivo

A explicação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para o atraso está relacionada aos estragos nas estradas federais provocados pelo excesso de chuva nos últimos meses. Segundo o engenheiro civil Carlos Alberto Garcia Vieira, chefe da unidade local do Dnit em São Leopoldo, caso os reparos nos pontos danificados pelos altos volumes de precipitação sejam concluídos antes de janeiro, as obras no trecho da morte iniciam antes. “Já queríamos ter começado, mas a chuva atrasou nosso planejamento”, justifica.

As obras que serão feitas

Dois projetos serão executados no perímetro. Entre os quilômetros 232 e 233, será construído um canteiro de espera central, com acesso simplificado ao bairro Rincão Gaúcho pela Rua Rio de Janeiro, além de uma alça de retorno e acesso ao bairro Roselândia. “É a mesma lógica de travessia que implementamos na altura do posto Sapatão”, revela Vieira.

Um pouco mais adiante, entre os quilômetros 230 e 231, no acesso à pedreira da Incopel, haverá o alargamento da pista com a construção de uma rótula alongada, que se transformará em um canteiro. Essa rotatória permitirá acesso à pedreira, bem como a realização de retornos em ambos os sentidos da via. Veja:


Obras no trecho da morte Foto: Arte Gabriel Renner

Placas encomendadas não chegaram

Outra justificativa para o atraso das melhorias envolve a compra de placas de sinalização que estimulam a redução de velocidade. Conforme Pimenta, o Dnit já queria ter iniciado a instalação da sinalização complementar. No entanto, a empresa contratada não entregou dentro do prazo. “Foi realizada uma nova encomenda em outra empresa, e a entrega ficou para final de dezembro”, explica.

Comissão decide não esperar

A Comissão Especial criada por vereadores de Novo Hamburgo para acompanhar o assunto decidiu não esperar o novo prazo para cobrar explicações. O vereador Enio Brizola (PT), que lidera o grupo, confirmou que encaminhou um ofício solicitando esclarecimentos ao ministro na terça-feira (28). “Queremos saber o motivo desse atraso, se a promessa foi com prazo curto, se há dificuldade de contratação ou alguma outra questão burocrática”, coloca.

O parlamentar destaca que a comissão entende que, se tratando de tramitação envolvendo o poder público, podem ocorrer contratempos. “Ocorre que o apelo da comunidade por soluções para essa situação está forte”, pontua.


Enio Brizola Foto: Divulgação

Trecho da morte continua perigoso

Enquanto isso, o trajeto continua contabilizando prejuízos e mortes. Na manhã de terça, foi possível registrar flagrantes de imprudência e infrações de trânsito no acesso ao Rincão Gaúcho. Em 15 minutos, sete motoristas foram vistos em manobras proibidas para acessar o bairro ou de conversão para subir a Serra.


Último acidente com morte no trecho foi registrado no domingo (26) Foto: Giordanna Vallejos/GES-Especial

Já aumentou para 13 o número de vítimas fatais em acidentes no trecho somente este ano. A última ocorrência com fim trágico foi registrada no último domingo (26), quando o músico Mauro Alexandre Schneider, 48 anos, morreu após o veículo que dirigia capotar e descer um barranco às margens da rodovia, próximo ao quilômetro 231.

Além da imprudência, motoristas e moradores atribuem os acidentes fatais a problemas na pista, à falta de recuos e acessos qualificados, bem como à sinalização deficiente no trecho.

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