MEIO AMBIENTE
Tratamento de resíduos por pirólise marca parceria no setor calçadista
Nova tecnologia aplicada reduzirá a destinação de materiais para aterros e irá gerar subprodutos
O reaproveitamento de resíduos em palmilhas e outros itens, de todas as marcas da Beira Rio, marca história no Estado. A Ambiente Verde Industria, de Taquara, parceira da empresa calçadista, é a primeira empreendedora gaúcha a receber licença da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para utilizar uma nova tecnologia para tratamento térmico de resíduos por meio da pirólise, ou seja, pela ausência de oxigênio.
A nova tecnologia reduzirá a destinação de resíduos para aterros e irá gerar subprodutos. “O resíduo char será incorporado na fabricação de palmilhas de calçados, além de ser utilizado em outros itens, enquanto o gás gerado no processo será transformado em energia, que será utilizado na própria empresa”, explica a chefe de Divisão de Resíduos Sólidos e Áreas Contaminadas (Dirs) da Fepam, Aline Marra.
O diretor de Calçados Beira Rio, João Henrich, informa que o investimento para a implantação da nova tecnologia foi de R$ 20 milhões. Na prática, explica, resíduos de todas as unidades produtivas já são recolhidos por outra empresa parceira da Beira Rio. Após a triagem para verificar o que será vendido, parte é encaminhada para a Ambiente Verde para o coprocessamento na pirólise.
Henrich salienta que o resíduo char já é usado em palmilhas e os demais itens ainda estão em estudos e testes. “O produto final será usado em todas as marcas da empresa” , acrescenta.
Etapas
Aline Marra explica que para a empresa receber o licenciamento foi necessário passar por etapas. “Não se trata de uma escolha. O empreendedor propõe uma atividade com o uso de determinada tecnologia, encaminha o processo de licenciamento para a Fepam e, após a análise da documentação, fiscalização e acompanhamento dos testes, a licença é emitida (caso tudo esteja nos conformes) ou não (caso haja algo que não esteja de acordo)”, explica.
Além da Ambiente Verde, a Fepam informa que existem outras empresas propondo o uso dessa nova tecnologia para tratamento de resíduos sólidos. “Estão em fase de licenciamento prévio ou em fase de testes para vir a utilizar”, informa Aline.