Municípios da região do Vale do Paranhana na manhã deste sábado (18) tiveram bloqueios em pontos específicos, acessos principais isolados, casas atingidas e famílias deslocadas para espaços públicos. Segundo a Metsul Meteorologia, a situação no Vale do Paranhana é considerada “muito grave”. Isso porque na madrugada de hoje (18), a cheia do Rio Paranhana é considerada uma das maiores em anos, por conta dos altos volumes de chuva ocorridos na Serra Gaúcha.
Foto: Susi Mello/GES-Especial
Em Rolante, onde os Areia e Rolante saíram da calha, o acesso está totalmente isolado. O prefeito Pedro Rippel informou que mais uma vez a cidade passa por uma enchente, entre tantas deste ano. “Esta é uma das maiores, ou até maior do que a de junho. Infelizmente toda a região está sofrendo com este grande volume de chuva. De madrugada o rio já começou a sair da calha, inundando alguns bairros e logo em seguida já afetou o centro da cidade. Dois rios cortam a cidade e, infelizmente, não temos muito o que fazer contra a força da natureza. Buscamos sim, soluções, mas quando a chuva vem forte e pesada não temos muito o que fazer, a não ser emitir os alertas à população e colocar os maquinários da prefeitura à disposição da Defesa Civil e as equipes, junto com os bombeiros, fazem um trabalho incrível, sem descanso, para atender à comunidade”, declarou.
Segundo Gustavo Rosa, coordenador da Defesa Civil, para entrar na cidade somente com máquina pesada. O Centro e os bairros Grasmann e Contestado estão parcialmente inundados e os acessos às localidades do interior estão bloqueadas. Bombeiros Voluntários e Defesa Civil trabalham juntos e já realizaram três salvamentos de pessoas que não conseguiram sair de seus veículos que entraram em pane na água. O município está com 26 pessoas abrigadas, a maioria idosos de um lar particular, na Escola Souza Cruz.
Demais cidades
Em Taquara, pela manhã, Rio Padilha e o Rio da Ilha estavam fora da calha, com obstrução da via na altura da Vila Teresa. Em Padilha, há registros de pontes pênseis arrancadas, deslizamento de terras nos acessos para o distrito, como em Linha Caloni (Igrejinha) e Batingueira, acúmulo de água nas estradas e não há internet e energia elétrica.
Pela manhã, o Rio Sinos transborda, com água atingindo a Rua Lima, no Bairro Empresa. Já o Rio Paranhana estava elevado, mas também com transbordamento, interditando a Rua João Manoel Corrêa e alagando vias do Bairro Santa Maria. No Eldorado, o acesso ao bairro está intransitável. Nestes três bairros, famílias estão sendo removidas para casa de familiares e alojamentos.
Somente no bairro Santa Maria já são 200 pessoas tiradas de casa. Moradores desse bairro, o eletricista Cristian Machado, 21 anos, e o construtor civil Leandro dos Santos, 31, fizeram várias viagens em um barquinho para retirar famílias ilhadas em casas alagadas. Janaína Santos, 40 anos, que trabalha na limpeza de ima escola, foi uma delas. Ela conta que às 7 horas a água começou entrar em sua casa, onde mora com o filho e marido, e por volta do meio dia estava próximo da janela. “Agora é esperar baixar, porque o resto já perdemos tudo”, lamenta.
A prefeitura de Riozinho informa que o município ficou isolado pela manhã de sábado porque a Avenida Guerino Pandolfo, que liga a cidade a Rolante estava alagada, impedindo a passagem de veículos, mas foi liberada. Na tarde, a RS 239 pela ponte de Rolante a Riozinho permanece impedidia. Riozinho ainda tem estradas do interior foram interditadas e registra queda de barreiras e de postes de energia.
Em Igrejinha, dados das 13h40 apontam que em 24 horas choveu 123.19 milímetros. Há ruas tomadas pelas águas.
A prefeitura informa que há abrigos disponíveis e as famílias são encaminhadas pelas equipes diretamente para estes locais após o resgate. O Lions Club Igrejinha já está realizando uma campanha para destinação de itens para as famílias afetadas pelas cheias em Igrejinha.
Veja a força da água na Cascata do Chuvisqueiro, em Riozinho:
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