INSTABILIDADE

TEMPESTADE: Sequência de dias chuvosos deve causar novas enchentes no RS; saiba o que esperar

Tempo instável retornou ao território gaúcho no sábado e se intensificou neste domingo, mas ainda está longe de cessar

Publicado em: 16/06/2024 15:55
Última atualização: 16/06/2024 16:23

As chuvas que atingem o Rio Grande do Sul neste fim de semana e que devem continuar nos próximos dias podem causar novas enchentes no Estado. A instabilidade voltou ao território gaúcho no sábado (15), com mais intensidade na metade Norte, e os volumes de precipitação aumentaram significativamente em diversas regiões neste domingo (16).

A MetSul Meteorologia enfatiza, contudo, que, desta vez, as enchentes serão menos graves que as observadas no último mês, quando o Estado sofreu a maior catástrofe climática da história gaúcha.

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Sequência de dias chuvosos pode provocar novas enchentes no Rio Grande do Sul Foto: Laura Rolim/GES-Especial

Uma frente fria acompanhou a chegada da chuva na maioria dos municípios gaúchos. "O sistema agora se torna semi-estacionário, uma vez que não progride pelo bloqueio atmosférico associado ao ar seco e quente no Centro do Brasil", explicam os especialistas da MetSul.

Apenas neste domingo, os volumes de chuva vão superar os 100 milímetros em diferentes pontos da metade Norte. A faixa que estende entre o Planalto Médio, a Serra, os Campos de Cima da Serra e o litoral norte deve ser a mais afetada.

Considerando também a chuva registrada no sábado, até este início de tarde, os maiores volumes concentram-se sobre a Serra Gaúcha e os Campos de Cima da Serra, com marcas de 100 a 150 milímetros em alguns pontos, onde tendem a se elevar ainda mais. Ambas regiões compreendem nascentes e parte importante das bacias dos Rios Taquari-Antas, Caí e Paranhana - que desemboca no Rio dos Sinos.

"As nascentes do Caí e do Taquari estão entre os municípios de São Francisco de Paula, Jaquirana, Cambará do Sul e São José dos Ausentes. Os dois rios recebem águas que caem na Serra e o dado de chuva volumosa acima de 100 milímetros de Serafina Corrêa, na parte mais a Oeste da bacia do Taquari, é também relevante para o nível do rio", ressalta a MetSul.

Ainda, no Alto Jacuí, no Norte do Estado, os acumulados de chuva até o meio-dia igualmente eram altos. Em Ilópolis, estações automáticas da Secretaria da Agricultura particulares chegaram a registrar 125 milímetros, e 123 milímetros em Arvorezinha. Em outras cidades, como Cruz Alta e Salto do Jacuí, o acumulado já estaca acima de 90 milímetros. Volumes como estes, próximos da nascente do Jacuí, e que tendem a aumentar farão com que o rio suba.

"Espera-se, portanto, uma elevação principalmente no curto e médio prazos mais dos rios que nascem no Nordeste do Rio Grande do Sul e que possuem resposta mais rápida pela declividade, casos do Taquari e Caí", afirmam os meteorologistas. "Gravataí e Sinos, que nascem entre o Litoral Norte e a Serra, possuem resposta mais lenta assim como o Jacuí que percorre longa distância da nascente até o Centro do estado e a Grande Porto Alegre."

Chuva contínua preocupa

A maior preocupação, segundo a MetSul, é que a chuva não deve terminar com o fim de semana. A previsão é que a instabilidade ainda siga no Estado por vários dias. A chuva ao longo de toda a próxima semana, no entanto, não deverá ser constante, mas o tempo não chegará a ficar firme.

A grande diferença entre os episódios registrados entre o fim de abril e início de maio, é que, desta vez, os acumulados diários de chuva não devem ser altos na maioria dos dias - com exceção dos registros no Norte gaúcho entre hoje e segunda-feira (17). Contudo, a soma da sequência de vários dias com instabilidade e precipitação fará com que os acumulados de precipitação sejam elevados. 

A MetSul destaca que o indicativo da simulação computadorizada é de que os volumes sejam de 100 a 200 milímetros em grande parte da metade Norte gaúcha, mas com volumes superiores a 200 milímetros em alguns pontos. Já na análise feita pela própria MetSul, a chuva nesta semana pode atingir marcas de 250 a 300 milímetros, ou mais, em alguns pontos, principalmente nos Campos de Cima da Serra.

"Sob este cenário, os rios com maior potencial de elevação e a maioria com risco de cheia são Uruguai, Jacuí, Taquari, Sinos, Gravataí e Caí. Exceção do Uruguai, todos deságuam no delta e no Guaíba, junto a Porto Alegre. Por isso, o Guaíba subirá no decorrer dos próximos dias."

A MetSul reforça, no entanto, que mesmo diante do indicativo de cheias em diferentes rios, os níveis não atingirão as marcas registradas na primeira semana de maio. "O que ocorreu no início de maio é o extremo do extremo, assim o parâmetro deve se dar pelas cheias que costumam ocorrer historicamente e, no caso, os níveis atingirão cotas de inundação em pontos principalmente dos vales, mas distantes dos picos do começo de maio", destaca.

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