Uma frente fria chegou ao Rio Grande do Sul, após dia com a sensação térmica de 40ºC, causando ventos acima de 140 km/h, raios e estragos em meio ao clima abafado em diversas regiões durante a madrugada desta quinta-feira (21), de acordo com a MetSul Meteorologia.
A frente fria foi acompanhada por rajadas de vento em vários municípios. Em Soledade, marcaram 141 km/h e em Cruz Alta, 140 km/h. Em Rio Grande, 114 km/h, Capão do Leão teve 110 km/h e São Borja 107 km/h.
Em Porto Alegre, os ventos chegaram aos 90 km/h derrubando árvores, deixando mais de cinco pontos de bloqueio na capital, de acordo com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).
Diversos pontos da cidade continuam sem energia, incluindo escolas e a Estação de Tratamento de Água (ETA) Ilhas, de acordo com a prefeitura de Porto Alegre.
“Temos equipes nas ruas removendo galhos e árvores caídas”, afirmou o prefeito Sebastião Melo. “Esperamos avançar na retomada da energia, que neste momento impacta 288 mil clientes em Porto Alegre.”
O South Summit Brazil 2024, que acontece de 20 até 22 de março no Cais Mauá, adiou o início da programação de hoje, e a previsão é que o evento comece após 10 horas.
Veja o avanço das nuvens de tempestade sobre o RS:
?? Vídeo do Observatório Heller & Jung mostra avanço do temporal na região metropolitana de Porto Alegre na madrugada desta quinta-feira (21).
A capital e cidades próximas registraram forte ventania por volta das 5h20. pic.twitter.com/Hxh0K0kk2y
— Jornal NH (@jornalnh) March 21, 2024
Outras cidades registraram:
- São Luiz Gonzaga – 91 km/h
- Santa Maria – 91 km/h
- Canguçu – 90 km/h
- Dom Pedrito – 88 km/h
- Santana do Livramento – 85 km/h
- Quaraí – 85 km/h
- Teutônia – 84 km/h
- Santa Vitoria do Palmar – 83 km/h
- Bento Gonçalves – 75 km/h
Tempestade
Formada por nuvens de grande desenvolvimento e com grande incidência de raio, segundo a MetSul, ela se deslocou rapidamente e em cerca de 3 horas saiu da fronteira com o Uruguai até chegar no centro do RS.
Apesar do calor e abafamento em algumas regiões, a temperatura começou a baixar na metade Sul e Oeste, conforme a tempestade avançava pelo Estado. Em Canguçu e Caçapava do Sul, por exemplo, fazia 17,7°C.
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Chuva
Os maiores acumulados das últimas 24 horas, foram em Jaguarão e Arroio Grande, com 117 e 81,6 milímetros respectivamente, de acordo com a Defesa Civil e Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Já de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Jaguarão registrou 131,2 milímetros.
O avanço rápido da tempestade pelo Estado fez com que as precipitações não fossem maiores, segundo a MetSul.
Confira:
Cemaden
- Jaguarão: 117 milímetros
- Arroio Grande: 81,6 milímetros
- Alegrete: 45,4 milímetros
- Uruguaiana: 44,6 milímetros
- Rosário Do Sul: 44,2 milímetros
- Santa Maria: 43,4 milímetros
- Caçapava Do Sul: 41,6 milímetros
- Venâncio Aires: 38,4 milímetros
- Faxinal Do Soturno: 37,2 milímetros
- Cachoeira Do Sul: 32,2 milímetros
- Nova Palma: 31,4 milímetros
- Quaraí: 31,2 milímetros
- Capão Do Leão: 31 milímetros
- Fontoura Xavier: 30,2 milímetros
Inmet
- Jaguarão: 131,2 milímetros
- Rio Grande: 65,4 milímetros
- Santa Vitória do Palmar: 63,4 milímetros
- Caçapava do Sul: 46 milímetros
- Bagé: 41,2 milímetros
- Dom Pedrito: 40,8 milímetros
Calor de 30ºC na madrugada
Uma linha de tempestades se formou do Oeste ao Leste e cruzou o Estado com a chegada da frente fria, em uma madrugada com temperaturas de 30ºC. Por volta das 5 horas da manhã, fazia 32,7ºC em Campo Bom.
As altas aconteceram por conta de um jato de baixos níveis. Em Santa Maria, chegou aos 32°C às 3 horas e uma hora depois caiu para 19,3°C. Isso porque o vento registrava 50 km/h, chegando aos 91 km/h por volta das 5 horas, no pico.
Uma corrente de vento, que teve origem entre o Centro Oeste a Bolívia, transportava calor e umidade, ajudando na formação das frentes frias e ciclones.
Em Campo Bom e em Santa Maria, no entanto, cidades com relevo em um vale, essa corrente de vento “superaquece o ar por compressão ao descer a encosta dos morros” e gera o chamado “aquecimento adiabático”, aumentando as temperaturas, mesmo durante a madrugada, de acordo com os meteorologistas.