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IMUNIZAÇÃO

Taxa de vacinação infantil contra a Covid ainda é baixa em cidades da região

Em alguns municípios, faltam doses; em outros, adesão é baixa. Expectativa é alcançar 70% da cobertura vacinal do público

Joceline Silveira
Publicado em: 04/01/2023 às 03h:00 Última atualização: 11/01/2024 às 12h:40
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O imunizante da Pfizer para crianças maiores de 6 meses e menores de 3 anos sem comorbidade pode ser aplicado em todo o Brasil desde o dia 28 de dezembro de 2022. A vacina, conhecida como Pfizer Baby, foi liberada pelo Ministério da Saúde na última semana do ano.

O imunizante pode ser aplicado concomitantemente às demais vacinas do calendário nacional. Seu esquema é composto por três doses.

Vacinação infantil contra Covid ainda é baixa em cidades da região



Vacinação infantil contra Covid ainda é baixa em cidades da região

Foto: Cris Vargas/Prefeitura de Taquara

Até então, o governo federal havia distribuído as primeiras doses apenas para as crianças de até 2 anos e 11 meses com comorbidade. 

Apesar da liberação do imunizante, a vacinação contra Covid nos bebês, assim como nas demais faixas etárias infantis (3 a 4 anos e de 5 a 11 anos), ainda não engrenou na região.

Em Taquara, das mil crianças de 6 meses a 2 anos, 11 meses e 29 dias, 54 receberam a primeira dose. Em Novo Hamburgo, onde a população estimada é de 8.887 pessoas nesta faixa etária, 39 tomaram a primeira dose, e oito estão com esquema vacinal completo.

Dos 1.674 moradores de Estância Velha que poderiam receber o imunizante até terça-feira (3), sete haviam comparecido às unidades de saúde. No município, as Secretarias de Saúde afirmam que o baixo número de imunizações ocorre em função do estoque reduzido e da falta de previsão de novas remessas.

Sem previsão

Procurada pela reportagem sobre a previsão de receber novos lotes, a SES informou que “não tem como antecipar nada” e que “aguarda cronograma de nova remessa do Ministério da Saúde”. Até agora, foram recebidas 48 mil vacinas da Pfizer Baby, que podem atender até 16 mil crianças com três doses.

Expectativa

Segundo Renato Kfouri, infectologista e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, apesar de ainda não ter deslanchado, a vacinação infantil em todo o País deve alcançar 70% da cobertura vacinal do público. “Quanto mais vacina a gente tiver nos postos de saúde maior será a cobertura porque aí você consegue abrir a vacinação para todas as faixas etárias de uma vez. Além disso, precisamos da conscientização da população sobre a importância da imunização infantil”, destaca.

Na avaliação de Kfouri, alguns fatores como o número insuficiente de doses distribuídas pelo Ministério da Saúde acabaram atrapalhando a adesão à campanha.

“A primeira metade (da campanha) foi praticamente com uma vacina só (Pfizer), com pouquíssimas doses. Ainda que a CoronaVac já tenha chegado a todos os Estados, a cobertura vacinal ainda está muito desigual”, pondera.

Como está a situação em algumas das cidades da região

Levantamento feito pela reportagem em algumas cidades da região aponta o panorama da vacinação do público infantil.

Novo Hamburgo e Campo Bom

Em Novo Hamburgo há 6.150 habitantes na faixa etária, sendo que 8,5% tomaram a primeira dose e 4,2%, a segunda. Em Campo Bom, somente 179 meninos e meninas receberam a primeira dose, e o percentual total deste público está em 10,6% – a meta é 90%.

Os dados também mostram a segunda dose e a vacinação consideravelmente melhor dos moradores de 5 a 11 anos de idade. Em Novo Hamburgo, 10.926 crianças de 5 a 11 já receberam a primeira dose do imunizante (52,2%) e 7.131 estão com o esquema vacinal completo (D1 e D2). Em Campo Bom mais de 44% da população desta faixa etária apta a receber o imunizante já tomou as duas doses.

Entre as 5.875 crianças campo-bonenses de 5 a 11 anos que podem receber duas doses da Pfizer Pediátrica independentemente da condição da saúde, 60,8% receberam a primeira aplicação, enquanto outras 44,4% (2.606) completaram o esquema vacinal com a segunda injeção, de acordo com a atualização da Secretaria de Saúde da cidade.

São Leopoldo

Segundo Paula Silva, secretária da Saúde de São Leopoldo, o estoque para vacina adulto está adequado, porém o da vacina infantil e Pfizer Baby está baixo. “Percebe-se que há uma divergência entre o solicitado para o Estado e o quantitativo enviado, o que dificulta o planejamento municipal. Vamos pautar esta questão junto à Comissão Intergestores, pois temos uma estimativa de mais de 7 mil crianças de até 3 anos para vacinar.”

Foram aplicadas 61 doses em crianças na faixa etária de 6 meses a 3 anos, 1.668 doses de CoronVac em crianças de 3 a 5 anos e 28.024 doses de Pfizer pediátrica na faixa de 5 a 12 anos.

Sapucaia do Sul

Conforme Flávia Mota, secretária substituta de Saúde, o município está aguardando a reposição de doses da vacina CoronaVac e Pfizer Pediátrica pelo Estado. Foram imunizadas 1.208 crianças na faixa etária de 3 a 4 anos, 15.223 de 5 a 11 anos e 21.355 de 12 a 17 anos.

Esteio

Em Esteio, Taine Tuziane Fischborn Andriolla, enfermeira e coordenadora do Centro de Vigilância em Saúde, relata que estão sem acesso ao sistema da Pfizer Baby. A enfermeira também explica que faltam vacinas. “Não temos estoque suficiente para suprir a demanda. Temos ainda algumas doses de Pfizer pediátrica. CoronaVac e Pfizer Baby, tudo já agendadas, sem doses extras.”

Foram vacinadas, até o momento, 1.005 crianças com a CoronaVac na faixa etária de 3 a 4 anos. Além disso, 5.645 crianças na idade de 5 a 11 anos foram vacinadas com a Pfizer infantil, sendo 3.985 com a segunda dose.

Na atualidade as vacinas Pfizer Baby e CoronaVac estão sem agenda e Pfizer pediátrica, de 5 a 11 anos, com livre demanda nas unidades Centro, Claret e Caic. Ademais, a Pfizer Baby neste momento segue direcionada para crianças com comorbidades.

Portão

Conforme a enfermeira da Epidemiologia de Portão, Daniela Zanotti, a cidade está sem abastecimento de Pfizer Baby, para crianças menores de 5 anos e Pfizer Pediátrica, de 5 a 11 anos. Atualmente, estão reabastecendo o estoque com Pfizer para adultos e aguardando o envio de novas doses.

Colaborou: Giordanna Vallejos

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